“Enquanto nos países mais desenvolvidos são destinados 40% da loteria, no Brasil estamos lutando para fazer com que se cumpra a Lei e a cultura receba pelos menos os 3% previsto, que na verdade se dobrássemos esse valor, mesmo estando longe do ideal, já era algo que ajudaria muito. É uma luta que os artistas e agentes culturais travam diariamente para conseguir, ao menos, o que lhes é de direito”, frisou Cabuçu, que também presidiu a audiência pública.
Valorizar o papel da arte e da cultura para a formação do ser humano é uma crescente no país, e mesmo com a crise econômica que tem atingido o setor, assim como a fundação, é necessário buscar maneiras para o fomento da produção artística no Brasil. Para isso, é necessária uma atenção focada nos estados e municípios brasileiros, a fim de diminuírem as expressivas diferenças de alocação nacional.
Acompanhar a cultura de cada município de forma mais próxima é uma tentativa. “É preciso reconstituir a identidade da Funarte. A arte e cultura local se fazem no dia-a-dia de cada estado. As atividades artísticas no Brasil tem o poder de transformar e desenvolver, elas vão na raiz da educação, segurança e saúde. Então se faz necessário sim um modelo mais consolidado de políticas públicas para isso”, destacou Antônio Carlos Grassi, diretor do Instituto Inhotim, que é um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina.
Falta de apoio
Stepan Nercessian, presidente da Fundação Nacional das Artes, comentou a dificuldade que a fundação possui de conseguir recursos, não só financeiros como também humanos para melhorias na prestação de serviços da entidade, demonstrando a necessidade de se criar um mecanismo de independência financeira para apoiar a arte. Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural sugeriu a implantação de uma Agencia de Artes, para ajudar a construir essa independência e a autonomia do setor, “para fazer dar certo, a Funarte também precisa pensar em um novo modelo de governança”, completa Eduardo.
“Fico muito feliz que a audiência tenha sido convocada por um parlamentar que é artista, ator, humorista e radialista. Alguém que valoriza e entende a relevância da arte para o desenvolvimento do Brasil, assim como vemos outros parlamentares valorizarem as demais áreas”, disse Saron.
"O que falta nesse país é a compreensão da importância em investimento nas artes”, disse Isaura Botelho, consultora de políticas públicas. “Seria uma estratégia para melhoria da imagem do país no exterior, bem como internamente o artista teria mais espaço para desenvolver o seu trabalho”, finalizou a consultora ao final da audiência pública.
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