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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Antônio Feijão: “Temos petróleo. Só não é hora de perfurar”

FEIJÃO – Um olhar de cautela sobre as possibilidades minerais do Amapá, apesar dos otimistas
O ex-deputado federal Antônio Feijão, um conceituado geólogo em atuação há mais de vinte anos no Amapá, acaba de assumir a Superintendência do DNPM no Amapá. O órgão maior do setor mineral no Estado vive uma ebulição desde que o presidente do órgão fez uma visita ao Estado e disse que aqui se tinha a província mineral do futuro. Todo esse otimismo é ratificado por Feijão, mas teme que uma corrida pelo petróleo agora possa pegar o Amapá sem a infraestrutura necessária para atender essa demanda, daí ser de opinião de que primeiro é preciso resolver os problemas internos para depois se apostar no incremento dessa atividade. Esse e outros temas importantes foram tratados em uma entrevista concedida ao programa Conexão Brasília de ontem, pela Diário FM, cujos principais trecho o Diário do Amapá publica a seguir.


CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO


Diário do Amapá - Na visita que fez ao Amapá recentemente o presidente do DNPM disse que as jazidas do Pará e de Minas Gerais apesar de consolidadas são uma página sendo virada e que o Amapá é a província mineral do futuro. Ele tem motivos para estar tão otimista assim?
Antônio Feijão - É, o Brasil teve um grande pique de descobertas de jazidas minerais que foi de 1999 a 2009 e o Amapá saiu desse sarcófago de estar sempre atrelado à Cadam e à Icomi. Foi exatamente a Anglo (American) com sua marca internacional que trouxe para cá os olhos dos grandes investidores. Nesse momento, lá em Santana, várias empresas do mundo todo estão analisando os documentos da Anglo e fazendo logo logo as suas propostas de compra, pois ela está na fase em que as empresas estão analisando o "data-room", ou seja uma sala onde têm todas as informações da mineradora. Mas independente da Anglo, o Amapá passa por um momento de explosão, imagine se a gente tivesse um mapa geológico de detalhe, é uma explosão de oportunidades de negócios de grandes investimentos no setor mineral. O nosso mapa geológico é balzaquiano.

Diário - Como assim?
Feijão - Ele tem trinta anos. Isso faz com que o investidor fique uma rêmula dos garimpos, como a rêmula segue o tubarão, os investidores seguem os garimpeiros e isso prende muito a pesquisa ao ouro. Com o advento de um trabalho que a CPRM fez há dez anos atrás, de geofísica, com a modernidade, precisão e acuidade dos novos satélites, para ferro, grandes concentrações de tântalo e manganês, já dá para também para ter uma oportunidade pelos levantamentos geoespaciais, então o Amapá hoje é o Estado que mais apresenta novas jazidas, principalmente na área de ferro, onde nós vamos ter quatro novas jazidas comissionadas, duas na região do Cupixi e Serra do Navio e duas onde nós vamos ter brevemente lá na área de Tartarugalzinho.

Diário - O senhor falou que o mapa geológico do Amapá tem trinta anos e com essas modernas tecnologias em termo de prospecção é que fazem essa diferença, esse novo olhar?
Feijão - Uma das sugestões que o doutor Sérgio Dâmazo fez, num encontro de trabalho com o governador e o secretário de Indústria e Comércio, juntamente com a equipe técnica que veio com ele ao Amapá, ele propôs a parceria e o governador de pronto recepcionou, para a gente refazer o mapa geológico. O Amapá vai entrar com seus quadros técnicos, com sua infraestrutura do Iepa, do Imap, da Sema e do Instituto Estadual de Florestas. Já com a CPRM, e seus quase 50 anos de experiência e o DNPM com quase 80 anos de experiência, nós vamos atualizar as informações. Menos de 3% do estado do Amapá tem conhecimento acima de um metro de profundidade, ou seja, menos de 3% do nosso território foram sondados.

Diário - Qual é o padrão internacional dessa referência diretor?
Feijão - Isso na Europa, por exemplo, é uma graça, pois eles já trabalham hoje com mais de 60% do subsolo já conhecido em profundidade. Mas também é uma dádiva para nós, pois significa dizer que o Amapá é um ser mineral ainda aguardando Pedro Alvarez Cabral, portanto nós estamos em 1.500 aguardando as Naus portuguesas do ponto de vista da geologia e da mineração.

Diário - Mas a notícia da venda da Anglo no Amapá, uma das maiores mineradoras do mundo, por si já é uma notícia negativa, então quais as garantias da continuidade do projeto dela no Amapá com seus novos controladores?
Feijão - A venda de uma empresa que tem commodities no mercado internacional, ou seja, a Anglo Ferrous Brazil, que é a nossa Anglo no Amapá, ela está no mercado internacional com suas jazidas, com sua ferrovia e a sua super-conectividade entre mina e porto. E ela tem sócios que compraram ações, então esse processo é muito técnico. Primeiro é feito o anúncio, isso ocorre numa reunião de mercado, é apresentado que vai se abrir a concorrência. Depois vem o que está acontecendo hoje [ontem] quando são colocados num hotel pessoas que vieram do mundo todo para analisar os dados, essa sala de informações, o "data-room", onde as pessoas pagam com contrato de confiabilidade das informações e vão analisar. E tem mais trinta dias, até mais ou menos 20 de novembro, para eles apresentarem suas propostas. O importante é que a próxima empresa que vier para cá, com a assistência do governo, dos Poderes e da sociedade, que a gente seduza essa empresa a implementar siderurgia.

Diário - Porque seduzir, diretor?
Feijão - Porque os navios que podem ainda hoje sair de Macapá são navios de 50 mil toneladas e eles levam minério com 50% de ferro contido, a cada dois navios que saem de Macapá eles levam na realidade um navio de ferro. Se tiver siderurgia ao invés de levar 50 mil toneladas de minério leva 50 mil toneladas de ferro e não vai as impurezas que o minério conduz.

Diário - E o porquê da saída da Anglo American do Amapá?
Feijão - Porque ela tem o Sistema Minas-Rio comissionando, ou seja, entrando em funcionamento em 2013, uma empresa dela que vai produzir 40 milhões de toneladas por ano, ou seja, a cada dois meses a Minas-Rio equivale ao Amapá, e dá o mesmo trabalho para a Anglo Amapá.

Diário - Talvez até mais que isso, pois aqui se tiver um ano bom a produção pode chegar a 7 milhões de toneladas, não é?
Feijão - Nunca fizeram isso. Com os terceirizados chegaram a 6,2 milhões de toneladas. Mas nós não pudemos condenar a Anglo por estar saindo daqui, o que nós temos que exigir dela é que saia daqui com a sua certidão de responsabilidade socioambiental em dia. Nós não podemos mais aceitar uma Novo Astro, assim como o lamentável episódio da Icomi, com toda uma certidão de meio século de bons serviços socioambientais ao estado, mas que saiu pela cozinha e não disse nem boa noite ao estado do Amapá.

Diário - E sobre petróleo diretor, sabe-se que a Guiana Francesa tem reservas desse óleo, muito próxima à Costa do Amapá, que está também recebendo prospecções, mesmo com a sociedade nem sabendo o que os helicópteros fazem diariamente cortando nosso céu. O que o DNPM tem oficialmente sobre essa possibilidade?
Feijão - Eu fui convidado pela Federação das Indústria, na época era presidente a deputada Telma Gurgel, que patrocinou uma conferência no "Cayenne Mini Simposium", que foi um encontro internacional só sobre minérios. Fui apresentar uma palestra sobre a mineração transfronteiriça e o seu ordenamento sócio-legal e ambiental. Lá, o BRGM, que é equivalente a CPRM do Brasil, se concentrou em coisas fundamentais, a questão do petróleo, pois há um estudo que diz onde ele se instala se instala a maldição, porque as pessoas não fazem outras economias. Se você for hoje à Venezuela ninguém planta nem banana porque o petróleo escraviza as pessoas num mundo de economia pública e as pessoas passam a viver dos seus impostos e dos seus agregados derivados dos impostos, que são os empregos e outras coisas mais.

Diário - E lá tem mesmo petróleo?
Feijão - Sim em Caiena foi mesmo comprovada uma bela jazida, um óleo de alta qualidade, eles fizeram vários furos.

Diário - E o Amapá, tem esse óleo valioso?
Feijão - Eu fui na audiência pública promovida pela Petrobrás para se discutir o Poço Oiapoque, que foi feito a pouco mais de 20 quilômetros da Costa do Brasil, na frente da cidade de Oiapoque, ali no Cabo Orange. A audiência pública chegou a ir até a madrugada lá no Ceta Ecotel, num modelo de audiência feita para ninguém ir. Mas levaram um azar e os filhos do Amapá e os especialistas do Amapá todos foram e viram que a Petrobras entrou num desastre de um Ctr+C e Ctr+V, trouxe um relatório todo copiado, onde as rotas das correntes eram diferentes e tudo o mais, quando até pescador fez gozação dos peixes que eles copiaram nos seus relatórios. O Amapá, desde a época do presidente Sarney, sempre teve essa grande perspectiva de ter petróleo e os geólogos têm tanta convicção disso porque há 360 milhões de anos atrás praticamente nós estávamos todos juntos, o Amapá, o Golfo do México, o sul da Inglaterra, que chamado Mar do Norte, enfim, toda essa região formava um grande continente e uma grande bacia, onde se formou o petróleo desses países citados, além da Arábia e da Venezuela.

Diário - Então são projeções?
Feijão - O Brasil é a ponta do pé da província petrolífera da Venezuela. Temos petróleo. Só acho que não é hora de perfurar esse petróleo agora, pois já vamos sair de uma tentação, pois vai ter conexão com Belém, e nós temos que organizar os nossos portos, a nossa estrutura de apoio, tudo que nós temos para que não sejamos hoje apenas o olhar dos helicópteros saindo de Belém direto para as plataformas.

Perfil

O entrevistado Antônio da Justa Feijão tem 56 anos de idade, é natural de Sobral, no Ceará, mas radicou-se no Amapá após consolidar-se como um dos mais conceituados geólogos em atuação no mercado local. Tornou-se popular e foi eleito deputado federal em 1994 (mandato de 1995 a 1999) sendo reeleito em 1998 (mandato de 1999 a 2003); depois mesmo tendo sido o sétimo mais votado em 2008, ficou na condição de suplente, tendo assumindo a titularidade entre 2009 e 2010, em substituição ao deputado Davi Alcolumbre (DE), que virou secretário municipal em Macapá. Também teve passagens como secretário de Estado do Meio Ambiente e diretor-presidente do Imap. Este ano assumiu a Superintendência do DNPM no Amapá.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Coluna Argumentos (Diário do Amapá), quarta-feira, 03 de outubro de 2012


No foco

O vale do Jari é o centro político do Amapá desde a última segunda-feira, com a grande convergência provocada pela realização de uma sessão itinerante da Assembleia Legislativa em Vitória do Jari, e depois em Laranjal do Jari. Até o governador Camilo Capiberibe deu o ar da graça por lá, ontem. Foi bastante cobrado, mas compareceu.

Do MP

A promotora de justiça Fábia Nilce Santana de Souza, da Comarca de Laranjal do Jari, compareceu ao evento da Assemblei Legislativa. Apontou a saúde e a educação como as maiores demandas que chegam à Promotoria que ela coordena. Mas também foi diplomática ao agradecer pela oportunidade de falar de sua instituição no evento.

Negócios

O Sebrae Amapá, em parceria com o Núcleo de Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Arte (Nectar), promove Rodada de Negócios com o objetivo de integrar os empresários participantes do Projeto Agentes Locais de Inovação (ALI) e também disseminar a cultura inovadora entre eles. Grande experiência.


Confraternização


Na festa de aniversário do jipeiro José Maria Esteves, no fim de semana, rolou uma empatia daquelas com o casal de chilenos que está cruzando as américas a bordo de um pequeno motorhome. Batizado como “Bonga”, o carrinho fez muita gente sonhar em fazer uma viagem parecida.

Vai bem


A atuação do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) na CPI do Cachoeira fez com que os internautas até agora o considerassem o parlamentar que mais se destacou em 2012 no combate ao crime organizado. Nessa categoria especial do Prêmio Congresso em Foco ele lidera seguido pelo senador Pedro Taques (PDT-MS) que é procurador da república e colega de CPI.

Era Jaraqui


Enquanto o país assiste pela televisão ao estrebuchar de muita gente enrolada com o Mensalão do PT, por aqui chega às redações de órgãos de imprensa uma mensagem cujo remetente não se idenfica, dando conta da existência de um Mensalão Tucuju. Isso mesmo, com direito a documentos anexados e reconhecidos em cartório. Apesar do atraso, é bom apurar.

Evangélicos


A Igreja Assembleia de Deus do Município de Santana (Templo Central) oferece nesta quarta-feira um café da manhã aos pastores e à imprensa com o objetivo de apresentar a programação da celebração do “Dia do Evangélico” comemorado no dia 30 de novembro. Na verdade a programação acontecerá durante uma semana, o que é merecido.

Rosa


Após o encerramento da sessão solene do Congresso Nacional, em homenagem ao movimento Outubro Rosa, na segunda-feira (1), a senadora Ana Amélia (PP-RS) participou da cerimônia em que foi acionada a iluminação rosa da fachada do Palácio do Congresso. A cor é a mesma usada no laço que simboliza a luta contra o câncer de mama.


Dinheiro na conta: repasses da União para o Amapá

Quase 30 milhões em um mês

O gabinete do senador José Sarney (PMDB-AP) informa que, entre os dias 27/08 a 26/09/2012, o total liberado pela União, em convênios para o Amapá, foi de R$ 28.758.766,64 (vinte e oito milhões, setecentos e cinqüenta e oito mil, setecentos e sessenta e seis reais e sessenta e quatro reais). Os recursos são para diversas áreas e vieram de diversos ministérios para os municípios de Laranjal do JaríMacapá e Santana, como:  

  • construção da Praça da Juventude no município de Laranjal do Jarí, com drenagem, calcamento, paisagismo, iluminação, playground e área de esporte;
  • sistema de abastecimento de água no município de Calçoene, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 2007;
  • sistema de abastecimento de água p/atender o município de Itaubal;
  • sistema de abastecimento de água para atender o município de Santana;
  • melhorias sanitárias domiciliares para atender o município de Santana;
  • saneamento em áreas quilombolas para atender o município de Macapá;
  • construção do Centro de Armazenagem de Grãos do Estado do Amapá, no Município de Santana;
  • produção de unidades habitacionais na comunidade quilombola de são Raimundo do Pirativa;
  • apoio, através do emprego dos operadores do Sistema de Segurança Pública do Estado do Amapá, a segurança e o sigilo da distribuição e aplicação dos instrumentos de avaliação do INEP, conforme Plano de Trabalho aprovado; e
  • construção de 458 casas urbanização e saneamento integrado na ressacada, bairro Congós
Atenção!

Prezado amapaense, mais do que nunca, fiscalize. Acompanhe os recursos que são liberados pela União para o seu município. Clique na foto com a logomarca e o link para o "Portal da Transparência", na coluna direita no blog, para conferir as liberações de convênios no último mês. Disponibilizaremos, também, o total de transferências federais diretas para o estado.

Sobre o "Portal da Transparência"
O Portal da Transparência do Governo Federal é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU), lançada em novembro de 2004, para assegurar a boa e correta aplicação dos recursos públicos. O objetivo é aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como o dinheiro público está sendo utilizado e ajude a fiscalizar. O Governo brasileiro acredita que a transparência é o melhor antídoto contra corrupção, dado que ela é mais um mecanismo indutor de que os gestores públicos ajam com responsabilidade e permite que a sociedade, com informações, colabore com o controle das ações de seus governantes, no intuito de checar se os recursos públicos estão sendo usados como deveriam.

Comissão do pacto federativo quer entregar propostas a Sarney na próxima semana



A comissão de especialistas que analisa propostas para um novo pacto federativo pretende agendar para a próxima semana a entrega do relatório final ao presidente do Senado, José Sarney. A data do encontro, no entanto, depende da agenda do senador, conforme informou o presidente da comissão, Nelson Jobim, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF). No relatório final, as sugestões do grupo para reduzir o desequilíbrio entre as unidades da Federação estarão reunidas em nove anteprojetos de lei e duas sugestões a matérias que tramitam no Congresso. Entre os anteprojetos estão os quatro temas priorizados pelo grupo: distribuição dos royalties do petróleo, Fundo de Participação dos Estados (FPE), guerra fiscal e dívidas dos estados. O relator da comissão, Everardo Maciel, informou que serão tratados outros cinco temas nos anteprojetos, como a criação de um cadastro único de contribuintes e a definição de regras para evitar que sejam fixados pisos para remuneração de servidores estaduais e municipais. O relator explicou que também serão apresentadas sugestões para alterar a proposta de emenda à Constituição que regulamenta o comércio eletrônico (PEC 103/2011) e para mudar a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Todas as sugestões que os 14 especialistas da Comissão Especial do Pacto Federativo entregarão ao presidente Sarney serão posteriormente analisadas pelos senadores.

Agência Senado

Randolfe se destaca no Prêmio "Congresso em Foco"


(Foto: Antonio Cruz/ABr)


Randolfe lidera no combate ao crime organizado 

A atuação do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) na CPI do Cachoeira fez com que os internautas até agora o considerassem o parlamentar que mais de destacou em 2012 no combate ao crime organizado. Nessa categoria especial do Prêmio Congresso em Foco, Randolfe lidera seguido pelo também senador Pedro Taques (PDT-MS), procurador da República de origem e da mesma forma com atuação destacada na CPI do Cachoeira. O combate ao crime organizado é apenas uma das categorias do prêmio que escolhe os melhores parlamentares do ano. Nesta categoria, o terceiro lugar na disputa é ocupado pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ). Vote você também nos parlamentares que fizeram a diferença em 2012 Veja como está a votação até agora  Na disputa geral, para a escolha do melhor deputado e do melhor senador deste ano, não houve alterações signficativas com relação ao boletim parcial divulgado anteriormente. Entre os senadores, lidera Cristovam Buarque (PDT-DF), seguido por Eduardo Suplicy (PT-SP) e Randolfe Rodrigues. Entre os deputados, o líder é Chico Alencar (Psol-RJ), seguido por Jean Wyllys (Psol-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP).

Escolha dos internautas

Este ano, o Prêmio Congresso em Foco permitirá que os internautas incluam um nome entre os finalistas, além daqueles previamente escolhidos pelos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional. De acordo com o regulamento, os internautas podem votar em qualquer deputado ou senador não indicado, desde que os parlamentares não respondam a ações penais e inquéritos na Justiça, não tenham contra si processos no Conselho de Ética nem tenham sido acusados de violações de direitos humanos, como trabalho escravo e homofobia. Entre os senadores, na escolha dos internautas, o líder é Alvaro Dias (PSDB-PR), seguido por Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Braga (PMDB-AM). Entre os deputados, na escolha dos internautas, o líder é Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), seguido por Fernando Francischini (PEN-PR) e Fabio Trad (PMDB-MS).

A votação

O processo de votação na internet é monitorado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federal (APCF). Para ser computado, o voto do internauta é confirmado por link a ser enviado por e-mail após votação no próprio site. Não é possível votar mais de uma vez com o mesmo e-mail. O monitoramento realizado também identifica votos de origem irregular, impedindo a sua contabilização. O Prêmio Congresso em Foco é uma iniciativa do site Congresso em Foco, apoiada por diversos parceiros, que tem como finalidade premiar os melhores parlamentares do Congresso Nacional e estimular a sociedade a acompanhar seus representantes de modo ativo e permanente. A edição deste ano tem o patrocínio da Ambev, da Petrobras e da Souza Cruz, e o apoio da Associação Nacional dos Peritos Criminais (APCF), da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR), da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ArpenBrasil), da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), da Federação Brasileira de Associações Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) e da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp). A iniciativa tem ainda o apoio institucional do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, da Agência Radioweb e da ONG carioca A Voz do Cidadão, que mantém programa de mesmo nome na Rede CBN de Rádio.

Macapá tem 20 vezes menos crianças em creches que a média nacional, diz deputada

Deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP)
Segundo Censo de 2010 do IBGE, Macapá tem 39 mil 219 crianças de zero a quatro anos, mas apenas 1,2% delas (490, segundo dados do IDEB/MEC/2011) frequentam uma creche, a maioria delas (355) durante um só turno. Pela média nacional, 23,6% das crianças de 0 a 3 anos estão matriculadas em creches: 20 vezes mais que em Macapá. Defensora da educação infantil e autora do projeto de lei para criar o Fundo Nacional da Educação Infantil (FUNAEI), a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP) destinou R$ 5 milhões 400 mil das suas emendas parlamentares à construção de creches no estado do Amapá. Sozinha, a socialista responde por 90% das emendas destinadas para construir creches no Amapá. Para a capital, Macapá, a socialista reservou R$ 2 milhões para construir 4 creches nos bairros Cidade Nova, Cuba de Asfalto e Novo Horizonte e na Comunidade Quilombola do Curiaú. A prefeitura perdeu o prazo e os recursos desta última. Com investimento de R$ 500 mil em cada instituição, poderiam atender, juntas, cerca de 800 crianças. Mas nenhuma delas ainda foi construída. Diferente da capital, em Santana, a deputada Janete Capiberibe já viu construídas três creches, com investimento de R$ 1,5 milhão conseguidos por emenda da socialista e outros R$ 57,9 mil de contrapartida do Governo do Estado. As creches estão atendendo 612 crianças e empregam 75 professores e assistentes nos bairros Nova União, Parque das Laranjeiras e Igarapé da Fortaleza. Há 15 dias, a deputada Janete Janete esteve em Calçoene, onde começou a funcionar a creche Professora Vivalda, construída com R$ 300 mil de emenda da socialista. Laranjal do Jari recebeu R$ 500 mil da deputada Janete para a creche que está em construção no Bairro Sarney. Vitória do Jari havia recebido R$ 500 mil e Cutias, R$ 300 mil de emendas da parlamentar para que fosse construída uma creche em cada cidade, mas as prefeituras perderam os prazos para acessar os recursos. Conforme da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a educação fundamental, incluindo-se aí as creches, é responsabilidade dos municípios. Para aumentar o acesso de crianças pertencentes às famílias muito pobres à pré-escola por meio da construção de creches, aumento do número de vagas e  melhoria da qualidade das creches já existentes, o Governo Federal lançou, em maio, o Programa Brasil Carinhoso. Na área da educação, prevê a construção de 6 mil creches até 2014, com recursos do Ministério da Educação. Para cada creche, o Governo Federal destinará entre R$ 700 mil e R$ 1,2 milhão.

Entrevista Sandro Bello: “O turismo pode ajudar a economia do Amapá”

TURISMÓLOGO – Sandro Barriga assumiu a gestão da Secretaria Estadual do Turismo do Amapá
O turismólogo Sandro Bello Barriga, técnico conceituado forjado nas academias, mas com boa bagagem acumulada no planejamento e na gestão de órgãos públicos do turismo, acaba de assumir a gestão da Secretaria Estadual de Turismo, a Setur, tendo de cara dois grandes desafios já cumpridos, um evento de gastronomia dentro da 49ª Expofeira Agropecuária e o Equinócio da Primavera. Mas seu trânsito e bom relacionamento no setor e no meio empresarial o deixam em uma condição de agregador para esse importante segmento econômico do estado. As impressões do novo secretário, o histórico da evolução do turismo e as reais chances do Amapá ter um incremento dessa atividade estão nesta entrevista concedida ao jornalista Cleber Barbosa, que o Diário do Amapá publica a seguir.

CLEBER BARBOSA

DA REDAÇÃO

Diário do Amapá - Quando surgiu o convite do governador para o senhor assumir a Secretaria de Turismo?
Sandro Bello - Na realidade esse convite foi em função da conjuntura política. Todos sabem que a Setur tem o comando do PT (Partido dos Trabalhadores), do grupo da ex-deputada federal Marcivânia (Flexa), e houve a necessidade da ex-secretária Helena Colares assumir compromissos da campanha política da professora Marcivânia, então esse convite se deu há cerca de um mês e meio.



Diário - O senhor é um técnico do setor que assumiu a Setur na condição de interinidade, mas que vem apresentando um volume de ações e uma mobilização que muita gente do meio já anda torcendo para que seja efetivado. Já percebeu isso também?
Sandro - Com certeza essa é a primeira vez que um técnico como eu assume um cargo de gestão de primeiro escalão, em especial na área do turismo. No meu ponto de vista, isso de certa forma faz a diferença porque você tem a oportunidade de empreender ações voltadas nos segmentos do turismo, ou seja, como nós sempre falamos, quem executa a atividade turística não é o Poder Público, ele é o fomentador, ele cria a infra-estrutura, os municípios trabalham na manutenção dos espaços públicos e o empreendedor e seus colaboradores que recebem o turista, que promovem a atividade turística, então seria de certa forma muito proveitosa a oportunidade de estar à frente de um órgão como esse.



Diário - O senhor compôs no primeiro escalão do prefeito Roberto Góes, em 2009, à frente dó órgão municipal de turismo, e agora forma no secretariado de Camilo Capiberibe, dois adversários políticos. Isso mostra que cargos como o seu exigem mais peso técnico do que propriamente político?
Sandro - Com certeza. Nós tivemos a oportunidade de estar compondo a Prefeitura no primeiro ano de gestão do prefeito Roberto Góes. Todos sabem que aquele foi um ano muito positivo para o município que teve a oportunidade de se transformar. Hoje se discute muito essa questão da parceria e a meu ver é importante a questão da parceria sim porque no órgão estadual de turismo promovemos as políticas de turismo, e isso de nada adiantaria. Se não tivéssemos a oportunidade de o município de Macapá ser o portal de entrada do turismo, essa política não seria implementada.



Diário - Como assim, secretário?
Sandro - Posso dar como exemplo o Congresso Brasileiro de Guias de Turismo, realizado aqui em Macapá, onde através da Secretaria Estadual de Turismo foi elaborado um questionário e distribuído a todos os cerca de 500 participantes de todos os estados brasileiros, sendo que apenas três unidades não participaram, e todos os pontos avaliados, relevantes ao município, a questão da limpeza, lixo e trânsito foi avaliado de forma muito negativa por esses turistas que estiveram presentes.



Diário - E como a Setur pode fazer deslanchar essas respostas?
Sandro - A questão de poder estar hoje no estado no meu ponto de vista também se deve a todo o trabalho que a gente vem realizando nesse setor de turismo, afinal pude entrar nesse setor em 2005, na Secretaria de Estado do Turismo e deparar-me com um quadro muito recente, muita coisa por fazer e nós tivemos a oportunidade, apesar dos pesares, de poder aplicar um pouco do nosso conhecimento na gestão pública do turismo quando naquele tempo a secretária de Estado do Turismo era a hoje deputada federal Fátima Pelaes. Nos deparávamos com um percentual de 0,01% do orçamento do Estado e mesmo assim pudemos realizar um trabalho para que milhares de pessoas que dependem dessa atividade pudessem ter um ganho maior através da gestão pública do turismo.



Diário - O senhor falou sobre o conhecimento técnico e o conhecimento científico que o senhor buscou através dos estudos, mas lá atrás, quando o turismo ainda era uma utopia muito maior do que é hoje, o que o motivou a escolher essa área profissional?
Sandro - Na realidade a questão do turismo se tornou um mote de campanhas passadas que muito chamou a atenção de jovens como eu naquele período após os conflitos bélicos ali no Golfo, com os Estados Unidos, no Oriente Médio. Após esse período o turismo despontou como primeira atividade econômica mundial e maior geradora de empregos, então em função disso me chamou muito a atenção a oportunidade de morar na Amazônia e poder através do nosso empenho e da nossa dedicação poder contribuir de alguma forma para a melhoria da qualidade de vida da população local. 



Diário - E o Amapá, como está neste contexto, afinal fala-se muito que ele tem muito potencial, mas que daí a ter produtos turísticos formatados e sendo colocados na prateleira para ser comercializados vai uma distância muito grande. Qual sua avaliação sobre isso?
Sandro - O Amapá, assim como outros lugares no mundo, acompanhou o crescimento do turismo a nível mundial. Posso dar aqui dados da Infraero, que de 2004 a 2010 houve um crescimento significativo no fluxo de pessoas aqui para o Estado do Amapá, seja no desembarque no aeroporto, seja na entrada de estrangeiros, seja na ocupação hoteleira local. Infelizmente questões de crises econômicas mundiais e questões de escândalos políticos locais fizeram com que boa parte das pessoas que vinham ao Estado do Amapá, pois basicamente o segmento que o Amapá mais recebe turistas é o segmento de negócios, essas pessoas optaram por outros destinos ao se deparar com o quadro que o Amapá se encontrava.



Diário - E hoje, como o setor reage?
Sandro - Nesse período nós registramos através das estatísticas que o Amapá volta a ganhar credibilidade junto ao cenário nacional e internacional como destino turístico, inclusive na realização de eventos. O Amapá tem possibilidades. Ele tem pontos negativos e pontos positivos do ponto de vista geográfico, nós somos praticamente um estado-ilha, que não possui acessos rodoviários com outros estados, contudo nós somos o portal de entrada da Amazônia para as grandes embarcações.



Diário - Daí o senhor apostar no chamado turismo de eventos?
Sandro - Sim, pois estamos às próximos a eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil e esse situação geográfica do Amapá é muito favorável em função até mesmo que a capacidade hoteleira do Brasil não irá comportar o público que virá para esses grandes eventos, daí o Amapá aparecer como opção neste cenário em função de que as pessoas possam adentrar na Amazônia através de navio e se hospedar embarcados mesmo. Como eu disse, o Amapá tem esse mote do turismo que são os negócios, além desse grande filé que vem crescendo no Brasil que são os eventos. O Amapá foi sede de um Congresso Brasileiro de uma categoria profissional, mas poderia ser outra categoria arquitetura, medicina, engenharia, enfim, mas foi uma categoria profissional na área do turismo. Eventos como esse segundo a Associação Brasileira de Convention Boreau existem cerca de 5 mil eventos no Brasil consolidados, que estão acima da sua décima edição e que o Amapá pode estar fazendo estudos para captar eventos de pequeno e médio porte que geram impacto em torno de R$ 1,5 milhão só na realização aqui em Macapá.



Diário - E o fato de ser o Amapá o Estado mais preservado do país, em que pode ajudar no incremento do turismo?
Sandro - Esse é outro segmento que também foi muito discutido, muito citado, muito falado, que é o segmento do ecoturismo, em função de todo o potencial de conservação que o Amapá tem, mas que também precisa de uma grande injeção de infraestrutura para que possa receber bem esse turismo e fazer com que esse empresário tenha segurança para fazer investimento nesse segmento. 



Diário - Por falar em eventos o senhor assumiu a Setur às vésperas de um grande evento e que acabou saindo em grande estilo, que foi o Equinócio da Primavera, não é mesmo?
Sandro - Com certeza, mas nós também estivemos na execução de outro grande evento anterior a esse, que foi na 49ª Expofeira, o Festival Gastronômico de Peixes do Mar, uma grande parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e com a Pescap (Agência de Pesca do Amapá), no qual colocamos à disposição através do subsídio do Governo do Estado, cerca de 4 toneladas de pescado oferecendo a todas as classes, A, B, C e D a possibilidade de consumirem um prato no valor popular de R$ 5 e feitos pelos maiores chefes de cozinha do Amapá. 



Diário - E depois veio o Equinócio?
Sandro - Foi outra grande programação em que pudemos divulgar o Amapá de forma positiva para o Brasil e para o mundo através do desafio de vôlei, o Red Bull Latitude Zero, além de um mini Rally fantástico executado pelo Jeep Clube de Macapá que chamou a atenção das pessoas que passavam pelo Meio do Mundo. Vale ressaltar que infelizmente nós não pudemos divulgar esse evento em função de uma liminar judicial, mas chegamos a receber um grande público, pois chegamos a divulgar esse evento em outros estados há cerca de quatro a cinco meses.

Perfil

O entrevistado Sandro Bello Barriga nasceu em Breves (PA), região das ilhas do Pará que são vizinhas a Macapá. Mudou-se ainda criança para o Amapá onde bacharelou-se em Turismo pela Faculdade Seama (2005) e em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Amapá (2006); Fez pós graduação em Gestão Hoteleira pelo Iesap e em Ciências Políticas pelo IBPEX/Uninter e Mestrado em Planejamento em Desenvolvimento, pelo NAIA/UFPA. Atuou na iniciativa privada e em 2009 assumiu a Coordenadoria Municipal de Turismo de Macapá; também prestou assessoria na Secretaria Nacional de Políticas do Turismo, órgão do Ministério do Turismo; no mês passado assumiu interinamente o comando da Secretaria Estadual do Turismo.

Coluna Argumentos (Diário do Amapá), terça-feira, 02 de outubro de 2012.

Fervura

Foi quente – o clima e o debate – envolvendo a sessão itinerante da Assembleia Legislativa em Vitória do Jari, no sul do estado. Bastante concorrido, o evento acabou por revelar abissais as diferenças entre os simpatizantes do atual prefeito Luiz Beirão (PSD) e sua oposição. Dono de três mandatos, ele é o grande nome político local.

Sarney

Motivos de força maior acabaram levando o senador José Sarney (PMDB-AP) a cancelar seu retorno a Macapá no fim de semana. Ele organiza fotos e documentos por aqui para sua obra bibliográfica e pretende também expor muita coisa num espaço próprio em sua residência no bairro de Santa Rita. Ele volta para votar, diz o trocadilho.

Colóquio

Será aberto no próximo dia 13 o IV Colóquio Amapaense de Fotografia, com direito a excursões e oficinas de fotografia, além de painéis de discussão e trocas de experiências envolvendo diferentes profissionais da fotografia. Programação vai até o dia 20, e representa um marco para tanta gente boa do setor.



Nos ares
A Sete Linhas Aéreas começou a operar seus voos para Macapá, ontem, com direito a uma “perna” para Monte Dourado (PA) na divisa com o município de Laranjal do Jari (AP). Aliás, placas publicitárias espalhadas na região anunciam tarifas de R$ 59 para o sul do Amapá. Uma boa, essa. 

Ao Jari


Além dos deputados estaduais que realizam sessões itinerantes no chamado Vale do Jari (Vitória e Laranjal), quem também dá o ar da graça por lá nesta terça-feira é o governador Camilo. Oficialmente vai entregar um escritório novo para a Caesa, mas também deve tentar agregar nas candidaturas de aliados por lá. O sul do Amapá na ordem do dia da política.

Salários


O Portal da Transparência do Senado Federal divulga desde ontem os subsídios dos senadores e os salários dos servidores efetivos e comissionados, de forma individualizada e nominal. A consulta aos dados remuneratórios individuais será feita a partir de listagem inicial contendo a relação de nomes ou cargos, em ordem alfabética, dos senadores e servidores ativos.

Se foi


A Rede Vida de Televisão comunicou o falecimento do arcebispo emérito, dom Antonio Maria Mucciolo, aos 91 anos, ocorrido sábado. O bispo faleceu às 13h30, na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP). O religioso esteve no Amapá, em solenidade no plenário da Assembléia Legislativa, para receber o título de Cidadão Amapaense.

Afônico


Mais vermelho que o habitual e bastante rouco, o deputado federal Bala Rocha (PDT) retornou do sul do Estado ontem pela manhã e engatou agenda política em Macapá. “É a última semana antes da eleição, então estamos intensificando o corpo a corpo para ajudar nossos companheiros”, disse ele ao colunista, num rápido encontro pelo saguão do aeroporto em Macapá.


Marcos Pontes: “A profissão de professor é a mais importante”

ASTRONAURA – Marcos Pontes diz que qualquer país sério sabe valorizar a profissão do professor

Onde quer que ele ande pelo país é sempre recebido como um ídolo, uma celebridade. Na verdade o paulista Marcos Pontes é mais do que isso, é um verdadeiro herói e um “bom moço”. Isso mesmo, toda a sua trajetória para virar o primeiro astronauta brasileiro já virou livros, filmes, documentários e formatam uma palestra que é tida como uma das mais requisitadas para quem quer investir em si próprio, na busca pela excelência profissional e pessoal, e acaba de chegar a Macapá. Mas ele pretende fazer mais pelo Amapá. Ele pilota um projeto de sustentabilidade na Amazônia, em Roraima, que poderá transformar-se num modelo que o Amapá tem tudo para copiar e até aperfeiçoar. O astronauta brasileiro falou ao jornalista Cleber Barbosa pelas ondas da Rádio Diário FM e os principais trechos o Diário do Amapá pública a seguir.



CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO


Diário do Amapá - (Por telefone) - Alô alô astronauta Marcos Pontes, Terra chamando, bom dia!
Marcos Pontes - Oi! [risos] Bom dia a todos vocês, é um prazer poder participar.

Diário - Seja bem vindo à Capital do Meio do Mundo, o senhor que é astronauta e sabe valorizar muito bem a nossa localização geográfica privilegiada a do Amapá, não é?
Marcos - É excelente, realmente um lugar bastante especial, principalmente se você pensar em termos de lançamento de foguetes, de espaçonaves para a órbita equatorial.

Diário - Se o senhor pudesse explicar didaticamente essa vantagem, tem a ver com pressão atmosférica ou alguma coisa assim, como funciona isso na Linha do Equador?
Marcos - É com relação à velocidade para se permanecer em órbita, a posição próxima do Equador sempre favorece isso devido ao raio maior da Terra o que acaba gerando uma velocidade inicial maior e você consegue atingir órbitas com menos uso de combustível, então isso significa uma economia considerável de combustível para lançamentos próximos ao Equador.

Diário - Daí então o motivo dos nossos irmãos da Guiana Francesa decidirem construir uma base de lançamento de foguetes lá em Kourou, o senhor conhece essa base?
Marcos - Eu conheço sim, assim como a base brasileira de Alcântara, onde tem um centro de lançamento e também tem essa característica que é a proximidade da Linha do Equador, que favorece bastante para lançamentos e agora com o aumento do uso comercial do espaço isso é bastante interessante para o Programa Espacial Brasileiro, a utilização de Alcântara como centro de lançamento para cargas brasileiras e de fora também.

Diário - Já que o senhor falou de Alcântara que infelizmente registrou uma tragédia, com perdas de cientistas brasileiros, sabe-se lá quanto tempo será necessário para o Brasil repor esses quadros que o governo brasileiro perdeu?
Marcos - É, esse foi um acidente ocorrido em 2003, quer dizer, já faz bastante tempo e essa questão de recursos humanos é um problema do Programa Espacial Brasileiro, sem dúvida nenhuma. Dentro do próprio Instituto de Aeronáutica e Espaço já foram perdidos vários profissionais por falta de reposição. O que eu quero dizer é que precisa ter concurso público para as diversas carreiras de pesquisadores e técnicos engenheiros dentro do Programa Espacial.

Diário - Existe alguma ação neste sentido?
Marcos - Essa é uma das coisa que a agência espacial brasileira tem trabalhado, mas lógico que existe a necessidade da interferência, digamos assim, de superiores para que a gente consiga realmente repor esses quadros e atender de forma satisfatória as demandas do Brasil dentro do Programa Espacial Brasileiro em suas atividades espaciais, pois para um país como o nosso isso é extremamente importante.

Diário - O fato dessa primazia do senhor, de ser o primeiro e o único astronauta brasileiro, o transformou num palestrante muito requisitado e até disputado, digamos assim. Mesmo assim o senhor arrumou uma brecha na agenda e veio a Macapá com mensagens até de autoajuda, como é isso?
Marcos - Sim, também é uma das minhas atividades. Eu gosto muito deste setor de palestras e cursos. Eu e minha equipe, eu não trabalho sozinho, a gente atende empresas, instituições, em cursos e palestras tanto na área motivacional, que também é minha área pois sou "coach", trabalho com desenvolvimento de pessoas, como também nas áreas técnicas. Na área de gerenciamento de projetos, gestão de riscos e também segurança operacional. Então a gente tem uma gama bastante interessante de cursos e palestras que a gente trabalha e que tento trazer profissionais que trabalham comigo, a minha experiência profissional, a minha experiência de vida para ajudar a empresas e instituições para aumentar a probabilidade de sucesso e formar melhor seus recursos humanos.

Diário - Atualmente qual é o sonho de consumo dos países que investem em pesquisas espaciais já que nos anos 60 e 70 tinha a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética, sendo que um enviou primeiro um astronauta ao espaço e o outro a pisar na lua. O que se quer hoje?
Marcos - Olha, dentro dessa área espacial, eu que fico em Houston à disposição do Programa Espacial Brasileiro, eu moro lá, e também em outras missões, inclusive eu espero em breve ser escalado para a segunda missão, mas isso para dizer que a gente vive um momento bastante interessante porque a pesquisa especial tem sido tocada há muito tempo pelo setor privado, então a maioria dos países inclusiva no Brasil, os Estados Unidos também, são entidades civis, isso é importante ressaltar, não tem nenhuma atividade militar ou bélica, tanto que a carreira de astronauta também é civil. Mas agora também tem sido tocado pelo setor público, nesse momento o setor privado tem crescido nessa área, com isso você vê o surgimento de empresas grandes nos Estados Unidos e em outros países, entrando nesse mercado, ou seja, a utilização mais comercial do espaço e lá a gente consegue o desenvolvimento de remédios, de novos produtos, aliás, o tempo todo a gente utiliza esse produtos, por exemplo, agora eu estou utilizando um telefone e falando por satélite aí com você.

Diário - O que mais?
Marcos - A observação da Terra é um fator extremamente importante para um país como o Brasil e se falando de região amazônica principalmente, também no sentido de preservação do meio ambiente e no sentido de controle de fronteiras, no sentido de melhorias na produção agrícola, enfim, a utilização de satélites é extremamente importante, tanto que aqui no Brasil, o Impe, uma instituição que trabalha com satélites, nós temos o único laboratório de observação dessa categoria na América Latina toda, então é uma coisa que o Brasil tem investido bastante e o país precisa investir ainda muito mais. O setor ainda sofre assim como outros, além de investimentos maiores interesses políticos e públicos dentro do nosso Programa Espacial, pois o Brasil participa dessa corrida espacial digamos assim, no sentido de se dar melhor qualidade de vida no planeta Terra.

Diário - O senhor também é professor, por que doar parte do seu tempo para essa atividade?
Marcos - Eu faço isso porque considero a profissão de professor a profissão mais importante que existe. Em qualquer país sério, o professor é o profissional que prepara todas as outras profissões, então não existiria qualquer profissão se não existissem bons professores.

Diário - O senhor recebeu inclusive em Macapá uma comenda da Assembleia Legislativa do Amapá, a Medalha do Mérito Educacional Comandante Annibal Barcellos. Como foi receber essa homenagem de iniciativa do presidente do Parlamento Estadual, o deputado Júnior Favacho?
Marcos - Ah, claro, foi muito emocionante para mim, com certeza, daí minha esperança de poder realizar um trabalho mais duradouro por aqui a partir dessa experiência com o Estado de Roraima. Entendo que os conceitos e projetos levantados lá poderão se encaixar na realidade daqui, afinal são dois estados praticamente vizinhos. Quero ajudar o Amapá a ser sustentável, com certeza.

Diário - E a medalha, vai guardar em casa?
Marcos - Na verdade eu lá levei para meu escritório e mostro com muito orgulho para as pessoas que me visitam diariamente. Tenho uma gratidão e um sentimento especial pelo Amapá desde essas duas últimas visitas.

Diário - O senhor viaja o mundo inteiro e até o espaço, claro, mas que características da sua Bauru o senhor não se desvincula, poderia ser o sanduíche inspirado no nome de sua cidade natal?
Marcos - [risos] É, pois é eu gosto muito de enfatizar a importâncias das raízes, você tem que ter orgulho delas, de onde você veio, quem você é realmente, pois o restante das coisas, o que você tem materialmente, o que você faz, títulos, o que as pessoas falam de você, essas coisas mudam ao longo da vida, então é importante que a gente não se identifica com essas coisas que são transitórias, mas sim com as nossas raízes, isso sim permanece dentro da gente. Eu tenho um carinho muito grande sim por Bauru, vou com frequência para lá, pois tenho irmãos que moram lá, assim como meus amigos de infância que eu costumo visitar sempre, é muito bom você ter esse senso de casa e eu acho que o carinho é retribuído pelo pessoal de lá da região, o que é muito bom você ter esse sentimento.

Perfil


O tenente-coronel aviador da reserva Marcos César Pontes nasceu em Bauru, interior paulista, em 11 de março de 1963. Torcedor do Santos, Pontes é filho do funcionário do Instituto Brasileiro do Café, Vergílio de Pontes e da funcionária da Rede Ferroviária Federal, Zuleika Navarro Pontes e casado com a potiguar Francisca de Fátima Cavalcanti e tem dois filhos. Ingressou na Academia da Força Aérea (AFA) e se tornou piloto de caça; depois decidiu prestar concurso público para o ITA (Instituto de Tecnologia de Aeronáutica), graduando-se engenheiro; fez Mestrado e Doutorado e acabou selecionado para o Programa Espacial Brasileiro, num consórcio com outros países. Foi lançado ao espaço em 2006 para trabalhar na Estação Especial Internacional. Ele permanece no programa e espera voltar ao espaço em muito breve.

Coluna Argumentos (Diário do Amapá), domingo e segunda-feira, 30.09.12 e 01.10.2012.


Servidores

O senador Sarney pediu agilidade para aprovação da PEC111 da deputada Dalva Figueiredo na Câmara dos Deputados. O pedido formal ao presidente da Câmara Federal, Marco Maia, solicita atenção especial para inclusão na pauta de votações em plenário ainda neste ano e beneficia servidores civis e militares que atuaram no Território..

Espanha

Por falar em Sarney, ele recebeu convite de honra para participar da abertura do 8º Foro Interparlamentar Ibero-Americano em Cádis, no próximo dia 25 de outubro, em Madri. Na ocasião serão comemorados os 200 anos da Constituição espanhola de Cádis que, por um dia, foi a Constituição do Brasil– fato ocorrido em 1821. Marcou a história.

Endurecer

O relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, vai impor penas mais duras a três figuras centrais do escândalo: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o “mentor” do esquema de pagamento de parlamentares, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, considerado o “organizador”, e o empresário Marcos Valério.

Simpatia

A notícia de que dois jovens chilenos decidiram cruzar o continente pilotando um motor-home certamente remete a dois hipongas cabeludos e malucos, não é? Mas o casal Santiago e Anita, apesar do visual despojado, é sensível e inteligente. Na foto com o colunista no rádio, ontem.

Zé da Avicap

Um dos mais experientes pilotos Off-Road do Amapá, José Maria Esteves, completa 60 anos de vida - e bote intensa vida. Ele já foi uma espécie de legionário, servindo em Angola. Natural de Valongo (Portugal), chegou ao Brasil em 1975 e mudou-se para o Amapá em 1984. Atuou com o dendê e depois criou a Avicap, em 1983, empreendimento que lidera o mercado.

Pitoresco

Os dois aventureiros chilenos que visitam o Amapá neste fim de semana disseram ontem que três fatores os motivaram a incluir Macapá na rota da viagem que está cruzando as américas: o rio Amazonas, o Meio do Mundo e o isolamento. Isso mesmo, o fato de estarmos isolados do restante do país, que sabe muito pouco a nosso respeito, nos torna um destino.

Menos mal

Havia uma preocupação das autoridades de segurança pública a respeito da coincidência das duas candidaturas à PMM programarem caminhadas por Macapá na manhã de ontem. Os amarelos do 40 e os azuis do 12 realizaram seus eventos, com muita gente, bandeiras, som e descontração. Felizmente nada de violência foi registrada. Bate-boca até rolou. Nada grave.

No rádio

Hoje será a vez de um inédito embate entre os prefeituráveis de Macapá. Um debate entre os postulantes ao Palácio Laurindo Banha, sede do Poder Executivo Municipal. Cristina Almeida (PSB), Clécio Luís (Psol), Davi Alcolumbre (DEM), Evandro Milhomen (PCdoB), Genival Cruz (PSTU) e Roberto Góes (PDT) confirmaram presença. Macapá vai parar para ouvi-los.