A
quadra junina será tema de Audiência Pública na Câmara dos Deputados,
em Brasília, no dia 14 de setembro. O debate é uma iniciativa do
deputado federal Marcos Reátegui, integrante da Comissão de
Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), que
autorizou a sessão que tem como tema “Ciclo Produtivo da Quadra Junina”.
Estão confirmadas a presença de representantes de entidades de todo o
Brasil, entre eles, Daiana Roniele, que preside a Federação das
Entidades Folclóricas do Amapá (Fefap) e de Carlos Brito, presidente da
Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilha Junina (Confebraq).
Considerado
setor cultural que atualmente mais movimenta e economia e o
entretenimento popular no Amapá, a quadra junina é um fenômeno em todo o
Brasil, responsável pela movimentação da economia e inclusão social e
cultural, tema de estudos acadêmicos e alvo de investimentos como
manifestação cultural que está presente em todas as regiões do país. A
importância da quadra junina levou o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDES) a investir no programa para o Desenvolvimento da
Economia da Cultura, destinado a financiar projetos e planos de
negócios do setor.
A grandiosidade cria anualmente expectativa em
todo o Brasil que aguarda o período de festivais juninos, nascido com
aspectos religiosos protagonizadas no campo e sertões, como
agradecimento pela colheita. Do interior, as quadrilhas chegaram nas
cidades e se transformaram ao longo dos anos em grandes espetáculos que
mobilizam as cadeias social, econômica, cultural e política. Tratada
como ponto forte da economia criativa, pelos impactos econômicos, a
quadra junina, com a estilização das quadrilhas, movimenta a geração de
renda para profissionais da moda, designer, história, costura,
maquiagem, figurinistas, artistas, produtores, e uma sequência de
setores que giram no entorno do setor.
Economia
No
Amapá a quadra junina é movimentada durante o ano inteiro, e a Fefap
mobiliza cerca de 100 grupos distribuídos em todo o estado, que agregam
em média 80 pessoas, entre quadrilheiros e profissionais. Oficialmente a
quadra inicia em maio, com as disputas nos polos municipais, mas desde o
término do festival estadual os grupos já se organizam para o próximo
ano. Estima-se que circulam ao redor da quadra junina, justificando a
economia criativa, aproximadamente 20 mil pessoas, principalmente das
periferias, de onde saem a maioria dos integrantes.
“Este setor é o
que mais cresce, e sem interrupção, com ou sem investimento de recursos
públicos. São centenas de jovens e famílias inseridos no processo
cultural e econômico, que os afasta do crime e violência, a maioria se
destaca como dançarino, coreógrafo, maquiador, estilista, costureiro É
uma cadeia que sobrevive silenciosamente nas periferias, e têm o ápice
nas apresentações, quando finalmente são aplaudidos e elogiados por seu
talento e trabalho. Este e um fenômeno que precisa ser tratado com
seriedade e suas perspectivas debatidos em cenário nacional”, defende o
autor da audiência, deputado Marcos.
Além da presidente da Fefap,
Daiana Ronieli, a audiência terá a participação de membros da Confebraq,
que através do presidente Carlos Brito, que mobilizou entidades que
realizam a quadra junina em todo o Brasil. Os estados de Goiás, Bahia,
Roraima, Minas Gerais, Alagoas, Piauí, Amazonas, Pernambuco, Paraíba,
Ceará, Tocantins, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal estarão
representados. “É um grande avanço levarmos este debate para a Câmara
Federal, sairmos das pontes e periferias, deixarmos o estigma de
ambiente violento e irmos para Brasília, mostrar a importância da
quadra e debater o assunto como viés da economia criativa”, disse Daiana
Ronieli.
Colaborou: Mariléia Maciel
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