O ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou hoje (21) de amador o grupo preso pela Polícia Federal (PF) suspeito de preparar atos terroristas no país. No entanto, segundo Jungmann, o grupo, mesmo amador, ultrapassou "o limite" ao passar a preparar um ataque no Brasil. O ministro chegou a classificar a organização de "porra-louquice".
Segundo
o ministro, as investigações mostram que a organização saiu da
"possibilidade" para a "probabilidade" de implementar as ações e que,
para evitar riscos, os membros foram detidos. Apesar do amadorismo, o
grupo foi preso, conforme Jungmann, com base na lei antiterrorismo que
considera crime atos preparatórios. "Não sei se foi divulgado o vídeo
deles, é de um amadorismo [...] Me perdoem o linguajar, um tanto vulgar,
mas é uma 'porra-louquice', quer dizer, de fato, é um grupo que não
tem, digamos, nenhuma tradição, algo que pudéssemos dizer como
preparativo histórico, o que for, com relação aos Jogos", disse
Jungmann.
A
PF prendeu dez brasileiros, que se denominavam Defensores da Sharia
(lei islâmica). De acordo com as investigações, o grupo fez juramento
pela internet, conhecido como “batismo”, do Estado Islâmico e não teve contato direto com integrantes do grupo terrorista. A
Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo em redes
sociais como Telegram e WhatsApp e descobriu ações preparatórias como
planejamento para início de treinamento de artes marciais e o contato
feito com um site de armas clandestinas no Paraguai para a compra de um
fuzil. Os homens foram detidos em dez diferentes estados, durante a Operação Hashtag, a 15 dias do início da Olimpíada.
As
pessoas detidas hoje vão responder pelos crimes de promoção de
organização terrorista e planejamento de terrorismo, previstos na Lei
13.260/2016, que entrou em vigor em março deste ano. A pena é de cinco a
oito anos de prisão, no caso do primeiro crime, mais uma multa. Para
quem executa atos preparatórios, a pena varia de três a 15 anos de
prisão.
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Sigilo
O
ministro da Defesa fez um sobrevoo por estruturas que vão receber
competições olímpicas, no Rio de Janeiro. Ele também conheceu estruturas
de Defesa Setoriais (CDS), administrada pelas Forças Armadas, na Vila
Militar, na zona norte.
Segundo
Jungmann, as prisões teriam sido mantidas em sigilo, a pedido do juiz
da 14ª Vara Federal em Curitiba - que analisa o caso, mas acabaram se
tornando públicas, após a esposa de um dos detidos fazer uma declaração
pública na rede social Facebook. Mesmo assim, a poucas semanas da
Olimpíada, o ministro disse que o "estresse pré-grande eventos",
insuflado pelas trágicas cenas da ação terrorista em Nice, na França,
acompanha qualquer sede dos jogos.
Jungmann
também assegurou que, nenhum integrante do Estado Islâmico veio ao
Brasil, que é monitorado por órgãos de inteligência nacional e de países
como a França, os Estados Unidos, a Inglaterra e Israel. O Brasil,
afirmou, com ações de inteligência, das forças policias e militares tem
condições de antecipar quaisquer ameaça aos Jogos.
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