O deputado federal Cabuçu Borges (PMDB-AP) justifica o voto ‘Sim” que deu na votação da admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), domingo passado, dia 17.
O voto do parlamentar teve ampla repercussão na imprensa nacional e nas redes sociais em virtude da expectativa que se tinha de que os oito deputados da bancada do Amapá votariam contra o impedimento da presidente.
A expectativa contra impeachment era decorrente de articulações que estariam sendo feitas ao comando do governador Waldez Góes (PDT) para que a bancada apoiasse a Presidente em troca da assinatura do decreto de transferência de terras da União para o Amapá.
O decreto recebeu o jamegão de Dilma na sexta-feira que antecedeu o domingo da votação, e a publicação do documento, no Diário Oficial da União, no day after da admissibilidade do processo de impeachment. Apesar do voto de Cabuçu ter sido considerado uma surpresa por alguns veículos de comunicação, o deputado garantiu que em nenhum momento sequer pensou em votar diferente do Sim. “O meu mandato pertence ao povo do meu estado, e jamais seria usado para agir contra interesses coletivos. Se realmente existiu esse comprometimento de votar contra o impeachment, eu não fui consultado, e se tivesse sido, jamais me prestaria a isso, porque além da orientação do meu partido, o PMDB, que fechou questão em favor do impeachment, prevalece, também, as minhas convicções pessoais em favor da democracia e da população brasileira”, argumenta o parlamentar.
Questionado sobre o posicionamento majoritário da bancada amapaense contra o impeachment (cinco deputados votaram contra e apenas 3 a favor), Cabuçu Borges ponderou que o momento é de união e de coerência em favor do Brasil.
“Eu respondo pelos meus atos e não posso falar sobre a posição política dos deputados que votaram contra o impeachment, cabendo, portanto, a eles, a justificação dos seus respectivos votos. Quanto a mim, estou com a consciência tranquila do dever cumprido ao exercer o meu voto seguindo a orientação do meu partido e da maioria esmagadora da população brasileira”, reforça Cabuçu.
Sobre suposto acordo entabulado pelo governador Waldez Góes e a presidente Dilma Rousseff, o deputado Cabuçu Borges garante que não foi consultado: “Desde o início do meu mandato venho fazendo articulações muito fortes para que as terras, então ainda em nome da União, que pertencem de direito ao Amapá, sejam transferidas para o estado, por ser, além de um direito adquirido, uma necessidade. Entretanto, esse esforço jamais passaria por conchavos pelo fato incontroverso de que o meu voto nunca esteve e jamais estará à venda”.
Além de Cabuçu Borges, votaram a favor da admissibilidade do processo de impeachment os deputados Marcos Reátegui (PSD) e André Abdon (PP). Votaram contra: Roberto Góes (PDT), Marcivânia Flexa (PCdoB), Jozi Rocha (PTN) e Janete Capiberibe (PSB). O deputado Vinícius Gurgel (PR) se absteve de votar.
Fonte: Diário do Amapá
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