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domingo, 8 de junho de 2014

“Vamos colocar como prioridade a saúde, a educação, a segurança e o transporte”

Bruno Mineiro. O parlamentar foi ao rádio ontem falar do anúncio de que estará na disputa pelo Governo do Amapá. 
Ele foi o personagem da semana na corrida pela sucessão estadual. Bruno Mineiro (PTdoB) falou ontem a respeito do maior desafio da sua meteórica carreira política, que é o de se lançar candidato a governador do Amapá. O parlamentar compareceu ao programa Conexão Brasília, da Diário FM, que está sabatinando os pré-candidatos ao trono no Setentrião. Disse que é afeito ao diálogo político, ao relacionamento institucional e ao contato com o cidadão comum. Também destaca que o modelo empresarial de administração pode, sim, ser empregado na gestão pública, especialmente com a otimização dos recursos para fazer frente aos problemas que lista nesta entrevista. Um resumo do que disse no rádio o Diário do Amapá publica a seguir.
Cleber Barbosa
Da Redação 

Diário do Amapá – Desde que o senhor decidiu entrar para a política já havia passado por sua cabeça ser governador do estado?
Bruno Mineiro – Na verdade, quando a gente entra para a política almeja sempre uma função que possa desempenhar um papel melhor para o estado. A princípio, fomos candidato a deputado estadual em 2010, quando tivemos uma votação muito boa, como o sétimo mais votado dentro de uma coligação que elegeu quatro deputados e em que fui o primeiro. E então começaram a surgir ações dentro da Assembleia Legislativa, bem como na passagem pela Secretaria de Transporte, onde fiquei um pouco mais de um ano. Então dentro de uma conjuntura nova começaram a aparecer alternativas e um convite de vários partidos e conversações também de várias lideranças políticas com essa possibilidade de encabeçar uma chapa já formalizada que já estava sendo formatada, por diversos partidos. Depois vieram outros partidos também querendo compor, mas com uma ou outra dificuldade a nível nacional, que estamos dialogando de uma forma bastante positiva com todos eles. Então nos convidaram e estamos agora numa ação já irreversível, podemos dizer assim.

Diário – O senhor se surpreendeu?
Bruno – Num primeiro momento foi um impacto, sim, pois a gente estava trabalhando num projeto de vir a deputado federal, mas com essa possibilidade e o nosso preparo já que tínhamos não só como parlamentar , mas também como gestor de uma secretaria que é uma das maiores secretarias de estado, com um orçamento maior do que nossa capital Macapá. Vem daí a confiança de poder gerir um estado como esse, um estado promissor, ainda novo, mas com características peculiares, diferenciadas. Então que a gente possa fazer um trabalho, lógico, com essa composição partidária, pois entendo que a gente não consegue governar sozinho. O lema principal é sempre o diálogo e o entendimento, então com essa ação, com essa formatação de partidos de todos os tamanhos, de bancadas federais e estaduais e uma candidatura que não é específica da Assembleia.

Diário – Por ser deputado, é isso?
Bruno – Sim, sou deputado, com muito orgulho, fui eleito por uma votação popular e uma candidatura majoritária tem que ter apoio de muitas lideranças, de vários partidos para que possa fazer uma gestão compartilhada, então a gente tem essa facilidade de poder compor, então o nosso plano de governo vai ser feito com contribuições desses partidos, com suas propostas. Vejo essa pré-candidatura como uma perspectiva muito positiva. É mais uma opção e estamos aí para discutir, para ir ao embate das ideias, dos projetos, nada de questão pessoal, pelo contrário, me dou bem com todos os pré-candidatos ao governo, converso com todos sem nenhum problema.

Diário – Muita gente considerou muito rápida a forma com que foram surgindo adesões em torno do seu nome para entrar para essa disputa, fala-se em até dez partidos em torno desse projeto.
Bruno – Foi uma surpresa também para mim. Fico muito grato por essa confiança desses partidos para me colocar como cabeça de chapa numa ação tão forte que é governar um estado. Mas isso tudo veio com trabalho. São partidos importantes, são lideranças, são grupos políticos muito fortes, como o Pros da deputada Francisca Favacho, que tem uma liderança enorme em todo o estado onde tem um trabalho desenvolvido, o PV é que um partido também ligado às questões ambientais, do nosso querido deputado Zezé Nunes, tem o PT do B que é o nosso partido e que é presidido pelo Adail Barriga Dias, o PSDB hoje capitaneado pelo deputado federal Luiz Carlos, assim como o PR do deputado federal Vinícius Gurgel, além do PRB e o PHS, partidos consolidados no Estado do Amapá e que me deixa muito grato. A ideia é não só eleger o governo, mas também uma grande bancada a nível estadual e federal, pois nossa coligação tem dado essas características bastante positivas.

Diário – E podem surgir novas adesões?
Bruno – Sim, estamos conversando com outros partidos, temos reuniões agendadas com o PTB do deputado Dr. Furlan e da deputada Mira Rocha, como também do prefeito de Santana Robson [Rocha]. Temos um diálogo marcado também com o PT e também já marcamos com o senador Gilvam, do PMDB, que são partidos que têm um impedimento ou outro a nível nacional. Os outros partidos estão fechados e temos o aval do presidente nacional do PT do B, o deputado Luiz Tibé e ainda teremos uma conversa com o presidenciável Aécio Neves, do PSDB, que também dará total apoio a essa candidatura.

Diário – E sobre o atual momento da Assembleia Legislativa?
Bruno – Acho que a Assembleia tem condições sim de desenvolver um grande trabalho. Tem problemas? Sim, assim como todos os órgãos também passam por problemas, mas o deputado Júnior Favacho tem conseguido avançar e vai anunciar nas próximas semanas algumas ações positivas na Assembleia Legislativa. Tudo o que foi colocado tem que ser apurado, corroboro desse pensamento também, não temos nenhum problema nesse sentido. Acho que o momento é apropriado para se discutir todos os problemas do Estado para que as coisas possam avançar de forma bem tranquila e transparente.

Diário – Uma característica sua é ser acessível, de andar no meio do povo, como é isso para o senhor?
Bruno – Isso é muito importante, é fundamental. A nossa bandeira de luta, podemos dizer assim, juntamente com os nossos partidos e lideranças, é essa mesmo, ter diálogo. Quem me conhece sabe como é meu perfil, muito positivo, muito claro. Queremos manter o diálogo com os Poderes, com o Ministério Público, com o Tribunal de Justiça, com a Assembleia Legislativa, mas principalmente manter o contato com o povo, isso é o mais importante de tudo.

Diário – Entre os principais problemas listados hoje no Amapá temos um tripé da saúde, educação e segurança pública. Como resolvê-los?
Bruno – Eu colocaria mais um pé, que são os transportes. É uma área que eu também conheço bem, pois também estive na Setrap e vejo a dificuldade de andar nas ruas de Macapá, de Santana e dos municípios do estado. Então vamos discutir todos os assuntos, mas vamos colocar como prioridade, lógico, a saúde, educação, segurança pública e transportes. Vamos trabalhar nessas quatro frentes de uma forma muito rápida, com planejamentos também a curto, médio e longo prazo, mas vamos ter ações de choque, ações emergenciais, pois a saúde, só para citar um exemplo, está na UTI. Essa ideia de impacto é para acabar com as filas, com as macas nos corredores e depois trabalhar na prevenção, para que a população não adoeça. No primeiro dia de mandato vamos logo colocar máquinas nas ruas para fazer asfaltamento. Durante minha passagem na Setrap foram 25 quilômetros dentro de Macapá em um ano e onde atuamos não há problemas agora com as chuvas.

Diário – O senhor vem da iniciativa privada, engenheiro por formação, enfim tem larga experiência empreendedora também. Acredita que o modelo de gestão empresarial, de ser pragmático por resultados, pode ser implantado na administração pública também?
Bruno – Sim, com certeza. Utilizamos esses fundamentos na nossa gestão na Secretaria de Transportes, procurando otimizar os recursos disponíveis, fazendo dela uma secretaria diferenciada, com várias ações positivas como o lançamento do Plano Rodoviário estadual, a liberação dos recursos para a pavimentação do trecho sul da BR-156, para compensações às aldeias indígenas de Oiapoque para finalizar o trecho que falta asfaltar da BR-156 Norte, além de outras ações que a gente sozinho não conseguiria fazer, daí a importância do bom relacionamento com a bancada federal.

Diário – Bem, esse foi o primeiro de uma série de contatos que o senhor terá com o cidadão amapaense através dos meios de imprensa nessa jornada, então obrigado por essa entrevista.
Bruno – Eu que agradeço, queria reafirmar os compromissos de garantir dias melhores para nossa gente, atraindo investimentos para o Amapá, melhorando as condições dos empreendedores locais discutindo, por exemplo, a substituição tributária, assim como motivando os servidores públicos do estado, debatendo as carreiras, protegendo o poder de compra de seus salários e também buscando estabelecer um diálogo permanente com o cidadão e a cidadã do Amapá. Esse projeto é pra valer, não tem como retroceder. Queremos estar primeiro com Deus à frente de tudo, que possa estar nos iluminando messe grande projeto, nos dando sabedoria para tomar as decisões corretas e com o apoio da população que tem um anseio muito grande.

Perfil...

Entrevistado. Bruno Manoel Rezende, 33, é casado e pai de uma filha. Estudou em escola pública no interior do Amapá até formar-se em Engenharia Civil pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, em 2002. Começou a atuar profissionalmente em empresa do ramo da construção, tanto na iniciativa privada como com obras públicas, entre elas importantes prédios públicos pelo interior do Estado.Tornou-se popular e decidiu seguir os caminhos do pai, Altamir Rezende, que foi prefeito de Tartarugalzinho. Foi eleito em 2010 deputado estadual, pelo PT do B, com 7.499 votos. No final de 2012 assumiu o cargo de secretário estadual dos Transportes e na volta ao Parlamento foi convidado a encabeçar uma frente partidária rumo ao Setentrião.

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