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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

“O povo está vendo que a gente não perde tempo respondendo aos que puxam para trás”

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Camilo Capiberibe. O governador faz uma avaliação do governo
e da experiência de estar mais próximo do povo.
O governador mais jovem do Brasil, Camilo Capiberibe (PSB), se mostra focado no objetivo de governar, sem pensar em eleição. Segundo ele, governar e cumprir promessas de campanha, são seus principais objetivos. Ele diz que prefere não responder aos constantes ataques da oposição, “enquanto eles falam, a gente trabalha pra melhorar a vida do povo”, afirma o governador, que se diz muito contente com o “governo perto de você”, projeto que tem permitido que ele se aproxime da população, “pra mim é uma alegria, poder estar próximo da população e ouvi-la”, afirma. Ele recebeu o Diário do Amapá na residência oficial para uma entrevista exclusiva, acompanhe a seguir.

Governador, em 2 anos e sete meses de gestão, qual a marca do seu governo?
Sem dúvida uma das maiores marcas do meu governo é a recuperação da credibilidade do Amapá perante o governo federal, e instituições financeiras. Isso permitiu que o estado acessasse R$ 2,8 bilhões junto ao BNDES para avançarmos muito com obras de infraestrutura e para sanearmos a CEA e federalizá-la, pois energia é imprescindível para o desenvolvimento. Nos primeiros meses de governo a gente criou um programa de desenvolvimento para o estado, que inclui obras e ações sociais para a gente desenvolver o estado, é o PROAMAPÁ. Temos avanços em diversas áreas, mas cito com tranquilidade nosso trabalho na área de moradia, estamos construindo o Macapaba, que é a segunda maior obra de habitação do Brasil. E é nele que vamos mostrar a diferença do nosso governo. Até dezembro a gente entrega as primeiras 2500 unidades de um total de 4366. Não queremos repetir os erros do Mucajá, por isso estamos garantindo todos os equipamentos públicos para as pessoas que vão para lá, isso quer dizer que as famílias que vão morar no Macapaba vão contar com escolas para os filhos, postos de saúde, Unidades de Polícia Comunitária e praça para recreação. Será uma ocupação humanizada, colocando os cidadãos, nossos verdadeiros clientes, em primeiro lugar.

O que é o PROAMAPÁ?
O PROAMAPÁ é o nosso programa de governo, lá estão listadas as obras e ações necessárias para desenvolver o estado. É por meio do PROAMAPÁ e do trabalho dos nossos técnicos que só nos primeiros dois anos de governo investimos R$ 636 milhões, ou seja, mais que o governo anterior em 8 anos, que investiu apenas R$ 518 milhões. Nós assumimos um governo de terra arrasada. O que não foi feito em oito anos nós estamos fazendo da noite para o dia, em apenas 2 anos e meio. Estamos restabelecendo os serviços que já existiam e foram desmontados em 8 anos, construindo nova infraestrutura para o estado e criando novos serviços. O povo tá vendo que a gente não perde tempo respondendo aos que puxam para trás, a gente segue trabalhando.

E a questão da falta de água, que foi uma promessa sua de campanha?
A gente já conseguiu melhorar bastante a distribuição de água em Macapá e em Santana e no interior, mas a qualidade da água ainda depende da inauguração das novas estações de tratamento de água. As obras de água não são visíveis porque ficam embaixo da terra, mas o cidadão que não tem água tratada e recebe pela primeira vez água na sua torneira, sabe muito bem do valor desse trabalho, e é nele que a gente pensa quando expande a rede de água. Aqui também nós tivemos que trabalhar duro na gestão para recuperar recursos que quase foram perdidos. Entre os anos de 2003 e 2010 teve praticamente zero de investimentos. A gente está investindo R$ 290 milhões, recursos próprios, do BNDES e recursos federais, para levar água e esgoto a todos os municípios amapaenses, e essas obras são executadas pelo estado, com exceção apenas de Laranjal do Jari e Oiapoque, onde são os prefeitos que estão realizando a execução dos projetos. Em Macapá estamos investindo R$ 110 milhões para levar água tratada a todos os domicílios e construir a terceira estação de tratamento de água da história do município, a primeira foi em 1970, a segunda foi no governo de João Capiberibe e ano que vem nós vamos inaugurar a terceira e garantir água para todos os moradores de Macapá, aumentando de 6 milhões de litros para 26 milhões a capacidade de armazenamento de água.Santana está recebendo investimentos da ordem de R$ 13,3 milhões no sistema de captação, tratamento e de distribuição de água, o número de beneficiados vai saltar dos atuais 45% da população para cerca de 80%.

Um dos maiores problemas do nosso estado é a precariedade das nossas estradas. O que é que o sr. está fazendo para resolver isso?
Esse é um ponto chave para o desenvolvimento do Amapá e nós já iniciamos as obras do PROAMAPÁ Estrada, que é um grande plano rodoviário, que vai melhorar a circulação das pessoas e possibilitar o escoamento da produção agrícola, são R$ 569 milhões em investimentos para pavimentar um total de 210,9 Km. Na última sexta-feira fizemos o lançamento da pavimentação do Ramal da Bacabinha, que vai da BR-156 até a Cidade de Amapá. Essa obra a gente deve entregar até dezembro desse ano, realizando um sonho do povo dessa região. Até dezembro a gente entrega também a AP-010, que liga Mazagão Novo ao Mazagão Velho pavimentada e entregamos também a Rodovia AP-270, entre Flexal e Pracauúba. E tem muito mais, tem a AP/070 de São Joaquim do Pacuí até Cutias do Araguari, a AP-020, da altura do Quartel do Exército em Macapá até o trevo de entrada de Santana e tem a Norte Sul. Tem também o ramal da Base Aérea até o Amapá.

O que o sr. tem feito para melhorar a educação no Amapá?
Para melhorar a educação é preciso desenvolver um conjunto de ações. Para dar aos professores melhores condições de preparação de aulas e acesso às novas tecnologias de ensino, nós já distribuímos 7500 computadores notebooks no programa Professor Conectado. Fizemos concurso para 1.449 novos servidores e contratamos 1332. Nós dobramos o percapita da merenda escolar, que passou de R$ 0,24 para R$ 0,48, beneficiando 147.713 alunos do ensino fundamental da rede estadual. Voltamos a servir o peixe, o açaí, a farinha e o camarão na merenda e já inauguramos 17 escolas construídas ou reformadas por nós.

O sr. é o governador mais jovem do Brasil e esteve recentemente em Brasília para a sanção do estatuto da juventude. Qual o seu projeto nessa área?
Temos o Onda Jovem, que se divide em vários eixos, mas cuja ideia básica é investir na nossa juventude, estamos lançando ele agora na semana que começa, que é a semana da juventude. Vamos garantir uma bolsa no valor de R$ 120 para os jovens voltarem ao banco escolar para concluírem o segundo grau porque a gente sabe que com isso ele tem muito mais oportunidades na vida. Inicialmente serão atendidos mil jovens. A gente tem também uma linha de crédito voltada para os jovens, o Crédito para a Juventude e vamos capacitar essa turma para o trabalho, além do combate e prevenção ao uso do crack. Para o jovem produtor concluinte dos cursos da escola família agrícola iremos garantir financiamento no valor de R$ 9mil para que eles se estabeleçam no campo. Amanhã [segunda-feira, 12] eu assino a regulamentação da passagem intermunicipal que garante aos jovens o direito de meia passagem nas viagens intermunicipais.

Como tem sido a relação com a bancada federal?
A bancada federal está contribuindo para o Amapá, deputados e senadores estão alocando recursos para o governo poder avançar. A deputada Fátima Pelaes é autora da emenda que alocou recursos para o Píer do Santa Inês; é de autoria do deputado Bala Rocha a emenda para realização da obra para levar água tratada para o Mazagão; a deputada Dalva Figueiredo alocou recursos para a ampliação do HCA [Hospital da Criança e Adolescente]; a deputada Janete Capiberibe é autora da emenda que alocou recursos para que nós construíssemos a quadra poliesportiva na escola família agrícola no Cachorrinho; e por aí vai, quase todos os parlamentares têm colocado suas emendas para o governo do estado executar porque eles sabem que nós realizamos a obra e damos o crédito. É importante lembrar que para poder acessar as emendas, é preciso organizar o Estado, porque você não pode ter inadimplência, você tem que ter titularidade de terreno, você tem que ter licenciamento ambiental, você tem que ter o projeto… Então nós tivemos que organizar a casa. Em 2012 nós investimos em torno de R$ 16 milhões em emendas parlamentares; em 2013, nós vamos fechar o ano tendo investido R$ 128 milhões em emendas parlamentares.

Como o sr vê a questão da circulação do dinheiro? A política da economia do contracheque continua sendo a única saída para o Amapá?
O Amapá vem sendo seguidamente, segundo o CAGED, campeão de geração de empregos com carteira assinada no Brasil. O número de obras que estamos tocando atualmente no estado mexe profundamente com a economia, só no Macapaba são gerados 3,5mil empregos diretos e indiretos. Todas essas obras que estamos fazendo empregam as pessoas e também geram demandas e aquecem a economia. Investimentos em infraestrutura como energia elétrica e água permitem que novos empreendimentos se instalem na região, como é o caso do shopping Amapá Garden e da lojas Americanas. A AFAP, o Banco do Povo foi saneada e oferece crédito com juros de até 0,8% para empreendimentos de todas as áreas, para taxistas, restaurantes, para o setor da construção civil e informática. São R$ 626 mil mensais injetados na economia.

Perfil...Entrevistado. Carlos Camilo Góes Capiberibe (Santiago do Chile, 23 de maio de 1972 ) é considerado um brasileiro nato. Filho dos também políticos João Capiberibe e Janete Capiberibe, nasceu fora do país em virtude do exílio político dos pais. Bacharel em Direito pela PUC-Campinas é casado com Claudia Camargo Capiberibe, com quem tem dois filhos. Filiado ao PSB, elege-se deputado estadual no Amapá em 2006. Em 2008 foi candidato a prefeito de Macapá, perdendo a disputa no segundo turno. Em 2010 foi eleito governador do Amapá, quando recebeu 170.277 votos, equivalente, à época a 53,77% dos votos válidos. Vive um novo momento na gestão, percorrendo o Estado debatendo o PPA Participativo.

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