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terça-feira, 13 de março de 2018

Após deixar prisão, promotor Moisés se defende e confirma candidatura ao Senado

"Vou andar de cabeça erguida", brada o promotor de justiça aposentado Moisés Rivaldo | Fotos: Bruno Gabriel

Cleber Barbosa
Da Redação

O promotor de justiça aposentado Moisés Rivaldo deixou a prisão na semana passada e em entrevista coletiva nesta terça-feira (13) anunciou a retomada de seu projeto político, como pré-candidato ao Senado Federal. Ele disse que vai tocar paralelamente sua defesa no processo iniciado com a operação Minamata, deflagrada pela Polícia Federal no final do ano passado.
Ele reuniu a imprensa num hotel em Macapá e respondeu a todos os questionamento com a habitual desenvoltura e franqueza, revelando que apesar de se sentir abandonado pelo grupo político que pertencia, ainda vai procurar essas lideranças para exigir o cumprimento de acordo para o apoio dado por ele em 2016. E que acordo era esse? Ele foi direto: “A segunda vaga na chapa ao Senado”, disse.
Sem citar nomes, Moisés Rivaldo deu a entender que o grupo é mesmo aquele liderado pelos senadores Randolfe e Davi, como o prefeito Clécio Luiz, de quem era secretário municipal. “A cidade é pequena e a gente fica sabendo de tudo, eu soube por exemplo que um senador quando indagado a respeito de minha situação após a prisão disse que eu estaria morto e acabado”, declarou Moisés Rivaldo.

Excessos
Ao lado do filho, que é seu advogado, o promotor aposentado faz pronunciamento à imprensa
O promotor também reclamou de excessos praticados pelos policiais e pelos procuradores da república. “Essas ações espetaculares do Ministério Público Federal e da Polícia Federal têm que ter um fim, pois prendem primeiro para acusar depois”, disse ele, que também lembrou casos como o do governador Waldez Góes que foi inocentado de todos os processos abertos na operação Mãos Limpas, em 2010, que mudaram o curso das eleições daquele ano.
Para o promotor aposentado, só uma coisa orquestrada contra seu ingresso na carreira política pode explicar o que fizeram contra ele. “Esse é o terceiro ataque que sofro aqui no Amapá, o primeiro foi na década de 1990, quando me tiraram do Ministério Público, a segunda em 2002 quando me candidatei a deputado federal  e essa agora”, disse o promotor, que ao final ratificou as frases mais repetidas na coletiva: “Vou provar minha inocência”, “Querem a todo custo me destruir”, "Andarei de cabeça erguida".

Garimpo
Moisés Rivaldo atendeu um a um os jornalistas que participaram da coletiva
Sobre o mérito das acusações feitas na operação, ele também rechaça, diz que são ineptas e sem nenhuma prova, pois diz que sua participação na Cooperativa Garimpeira do Lourenço (Coogal) foi apenas como investidor, pois jamais tirou uma grama de ouro sequer na mina arrendada por ele, que estaria inativa desde 2008, tampouco pode responder por explorar mão de obra assemelhada a escravidão. “Investi um pouco mais de R$ 700 mil dentro de um contrato legal, lícito e público, a título de antecipação de percentual da futura produção de ouro, agora diga-se de passagem, sem nenhum centavo de dinheiro público", reforça o promotor.
Moisés Rivaldo disse que repassava o dinheiro diretamente à Coogal que lhe apresentava relatórios para atestar despesas como o pagamento da empresa que prestava serviços ambientais, com a empresa que fornecia e executava as explosões nas minas, e outras questões como o pagamento de dívidas da cooperativa que à época totalizavam mais de R$ 8 milhões.

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