PUBLICIDADE

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Deputada Janete pretende inscrever Carlos Marighella no Livro Heróis da Pátria

Brasília, 19/02/2016 – A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) apresentou, na Câmara dos Deputados, o projeto de Lei 4453/2016, que inscreve no Livro Heróis da Pátria o nome do militante político Carlos Marighella. A ação é conjunta com o deputado Valmir Assunção (PT/BA). Pelo projeto, Marighella é indicado como “herói das conquistas democráticas e das liberdades no Brasil”.
Marighella foi assassinado em quatro de novembro de 1969 por agentes do antigo Departamento da Ordem Política e Social – DOPS. Criou e coordenou a ALN – Ação Libertadora Nacional – organização política de resistência à ditadura integrada também pela deputada Janete e pelo senador Capi, à época, estudantes e militantes pela redemocratização.
Biografia – Filho de operário italiano emigrante da Emília Romagna e da baiana Maria Rita do Nascimento, filha de escravos trazidos do Sudão, nasceu em Salvador, tendo estudado no Ginásio da Bahia, no Colégio Central e cursado Engenharia Civil na Escola Politécnica da Bahia.
Em 1934 ingressou no Partido Comunista e se transfere para o Rio de Janeiro. Enfrentou a ditadura Vargas, foi preso e torturado pela polícia de Filinto Müller.
Sai da prisão um ano depois e entra na clandestinidade até nova prisão em 1939, sofrendo novas torturas. Permanece preso até 1945, ano em que é anistiado, no processo de redemocratização de pós-guerra.
Em 1946 elegeu-se Deputado Constituinte pela Bahia, sendo cassado em 1948, voltando à clandestinidade. Nos anos de 1953 e 1954 passa a morar na China para conhecer a Revolução Chinesa.
Logo após o golpe militar de 1º de abril de 1964 é baleado e preso por agentes do DOPS, dentro de um cinema no Rio de Janeiro. Libertado em 1965 passa a defender a luta armada e escreve A Crise Brasileira. Em 1966 afasta-se da direção do Partido Comunista e participa em Havana da I Conferência da OLAS (Organização Latino Americana de Solidariedade).  Lá, escreve “Algumas Questões sobre a Guerrilha no Brasil”, dedicado à memória de Che Guevara.
Enquanto construía o caminho revolucionário, de enfrentamento armado com o regime militar, Marighella é expulso do Partido Comunista e funda, em fevereiro de 1968, a Ação Libertadora Nacional-ALN, que desenvolveu ações conjuntas com o MR8.
Em quatro de novembro de 1969, vítima de uma emboscada, em São Paulo, Marighella foi morto pelos homens do delegado Sérgio Paranhos Fleury.
Anistia – O Brasil reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte de Marighella em 1996. No ano de 2008 o Ministério da Justiça decidiu que sua companheira Clara Charf deveria receber pensão vitalícia do Governo brasileiro.
No último dia quatro de novembro de 2011, a Bahia prestou mais uma homenagem ao ex-deputado e líder da Aliança Nacional Libertadora-ANL.  Nesta reunião de artistas, intelectuais, escritores, políticos, estudantes e militantes das causas da Anistia e Direitos Humanos, a Comissão da Anistia, do Ministério da Justiça, apresentou profundas desculpas do Estado brasileiro à família de Carlos Marighella, pela sua morte e tantas difamações ao seu nome, ao longo da recente história do Brasil. Em unanimidade, a Comissão aprovou a Anistia póstuma ao ex-deputado.

Sizan Luis Esberci

Nenhum comentário:

Postar um comentário