Cleber Barbosa
Da Redação
Diário do Amapá – Na sexta-feira houve uma grande programação para a celebração do fenômeno natural do Equinócio, marcando, por assim dizer, sua estreia em programações da sua pasta. Correu tudo bem?
Syntia Lamarão – Sim, graças a Deus, foi um evento tranquilo, um evento muito bonito. Foi uma programação extensa organizada pela Secretaria de Turismo numa realização do Governo do Estado. Tivemos uma programação cultural que iniciou com a Banda de Música do Corpo de Bombeiros, seguida pela Orquestra Sinfônica Equinócio das Águas. O ponto alto foi às 19h45 quando ocorreu o fenômeno, com muitos fogos de artifício, skypaper, rapel do Corpo de Bombeiros, o Grupo de Marabaixo Raízes da Favela, grupo de capoeira, malabaristas de rua, Grupo de Dança Step Dance, além de um palco com atrações artísticas como Clay Luna, Ramon Frazelly e Banda que encerrou nossa programação.
Diário – Aliás, assim como no Rio de Janeiro tem muito carioca que jamais foi ao Cristo Redentor, aqui em Macapá também tem muita gente que nunca foi ao Monumento do Marco Zero do Equador, tampouco sabe explicar exatamente o que é o fenômeno do Equinócio uma coisa que só o Amapá tem no Brasil. O que fazer para que os turistas sejam instados a vir conhecer tudo isso secretária?
Syntia – O objetivo do Governo do Estado é exatamente promover o Equinócio como produto turístico amapaense, apresentando o Monumento do Marco Zero do Equador, que é aquele belíssimo espaço, localizado exatamente sobre a Linha do Equador, portanto somos a única capital cortada por essa linha imaginária e também com estrutura para visualização do fenômeno.
Diário – A senhora falou em promover esse potencial, já existe um plano de marketing para atrair turistas, pois a programação ainda parece ser muito local?
Syntia – É, muita gente pensa que é só uma programação local, mas não é não. Ontem [sexta-feira], durante todo o dia tivemos visitas de grupos de turistas que vieram de Belém, vieram de do Maranhão e outros estados para prestigiar o evento. Nós tivemos esse cuidado e também a curiosidade de questiona-los como ficaram sabendo do evento e diziam que foi através de parentes e outras pessoas que já estiveram aqui e também através da Internet. Na verdade a grande maioria falou que foi através da Internet. Mas a Secretaria já está fazendo um planejamento para a dinamização desses pontos, algo que será discutido no Fórum Estadual do Turismo, que inclusive terá a primeira reunião é agora no dia 25, quarta-feira, quando teremos um técnico do Ministério do Turismo que estará falando do Programa de Regionalização, um programa para o desenvolvimento estratégico de desenvolvimento do turismo de todo o Brasil.
Diário – O saudoso físico Marcomede Rangel, que era do Observatório Nacional, passou seus últimos dez anos de vida se dedicando a divulgar esse fenômeno do Equinócio. Era um entusiasta mesmo dessa grande atração turística que o Amapá possui, daí defender a adoção de campanhas de promoção e marketing, como a senhora diz já estar providenciando não é mesmo?
Syntia – Olha, a Secretaria de Turismo existe desde 2004 e infelizmente não foi elaborado pelo Estado um plano estadual de turismo, um inventário ou um plano de marketing então essa passou a ser a nossa meta. De responsabilidade da Setur temos apenas o Trapiche Eliezer Levy, o Monumento Marco Zero do Equador e o Complexo do Curiaú, então os demais são de responsabilidade de outras secretarias. Mas já estamos estabelecendo um diálogo sobre de que forma nós vamos melhorar e de que forma vamos divulgar, promover esses espaços, esses produtos turísticos, pois na verdade muitos já são produtos turísticos, podemos afirmar isso.
Diário – Nessa questão dos pontos turísticos é importante que os guias possam falar a mesma língua, não é? Pois como a senhora está dizendo existem atrativos a cargo da Setur e outros como a Fortaleza de São José com a Secretaria de Cultura e o Museu Sacaca com o Instituto de Pesquisas, o Iepa. É por aí?
Syntia – Sim, sim é exatamente isso.
Diário – Quem vai a feiras e congressos do segmento turístico diz que o Amapá ainda é pouco conhecido como destino turístico e as pessoas estão exatamente por descobrir novos recantos, mas para que o estado possa apresentar esses produtos turísticos é preciso que estejam prontos para a comercialização, com informações, acessibilidade, prazos, datas isso deverá consumir muito do seu tempo e de sua equipe para consolidar tudo não é?
Syntia – Esse é o desafio, daí nossa decisão de trabalhar com todos os atores que compõem o chamado Trade Turístico.
Diário – Mas neste domingo ainda tem gente celebrando o Equinócio das Águas, pois o Jeep Clube de Macapá realiza hoje a sexta edição da Trilha Berro, a senhora vai lá secretária?
Syntia – Sim, estaremos presentes lá na programação da trilha, pois o Jeep Clube já faz parte da programação do Equinócio da Primavera, que acontece em setembro. Logo que se tornou entidade de utilidade pública este ano, foi convidado a fazer parte do Fórum [Estadual do Turismo], onde poderá dar imensas contribuições para essa construção, que é coletiva.
Diário – A gente tem informação que do ano passado para cá o orçamento da Secretaria de Turismo caiu da casa dos R$ 4 milhões para pouco mais de R$ 1 milhão. O que dá para fazer com uma triste realidade como essa secretária?
Syntia – É verdade. Mas com criatividade dá para se fazer muita coisa, tem que ser assim. Já fizemos dois eventos que graças a Deus foram de sucesso, como a Central do Carnaval, com R$ 80 mil, um evento belíssimo, e agora o Equinócio das Águas, com R$ 58 mil, onde inclusive as pessoas poderão estar consultando através do Portal da Transparência. Foram eventos muito bonitos e muito mais baratos, pois anteriormente se gastava R$ 300 mil, R$ 500 mil do orçamento da Secretaria. Nós conseguimos fazer por muito menos a partir da edição de parcerias como com o próprio Governo do Estado, o Iepa, a Unifap, a Sejuv, a UEAP, Prodap, Secult, Sete, Caesa, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, CEA e outros parceiros que contribuíram conosco. É por isso que digo que com criatividade dá para fazer muita coisa sim, pois infelizmente o cenário econômico do estado e do país como um todo, de muita dificuldade.
Diário – Mas da Feira de Negócios e Lazer da Guiana Francesa a Setur deverá declinar do convite para participar?
Syntia – Na verdade ainda não tem nada definido, estamos discutindo ainda.
Diário – Essas iniciativas que a senhora citou, de fazer parcerias, tem a ver com aquela palavra que está muito em moda agora, da transversalidade das instituições, não é?
Syntia – Com certeza.
Diário – O Parlamento Estadual parou outro dia para as comemorações pelo Dia Estadual do Turismo, quando foi levantada a possibilidade de ser votado um projeto que prevê a extensão do chamado ICMS Turístico, que hoje beneficia o setor da gastronomia, para outras áreas da cadeia produtiva do turismo. Como a senhora recebeu essa novidade?
Syntia – É, um projeto do deputado Jory [Oeiras] que ainda não temos um conhecimento mais profundo, pois ainda será discutido junto com sua equipe técnica, mas é uma belíssima iniciativa para o setor, sem dúvida alguma.
Diário – Obrigado pela entrevista e sucesso à frente da pasta do Turismo.
Syntia – Eu que agradeço pela oportunidade e gostaria de acrescentar que é muito importante a interlocução com a nossa bancada federal, daí já termos iniciado um contato com os nossos congressistas que demonstraram uma sensibilidade com o setor. É muito bom saber que nossos deputados e deputadas dão essa importância para o turismo. Nós também estamos resgatando a comunicação com o Ministério do Turismo, levando o nome do nosso estado para ascender o nosso turismo que é tão rico.
Perfil...
Entrevistada. Syntia Machado dos Santos tem 28 anos de idade, é amapaense, casada e mãe de uma filha; é bacharel em Direito, formada pela Faculdade Estácio de Sá/Famap e pós graduanda em Gestão Pública; exerceu os cargos de chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Assistência Social, diretora Administrativa Financeira da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Semdec); Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho (Semast) e Secretaria Estadual do Desporto e Lazer (Sedel); assessora especial da Diretoria Geral do Ministério Público do Estado do Amapá (MPEA) e da Companhia Docas de Santana (CDSA), além de consultora política na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá.
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