CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO
Diário do Amapá – A senhora passou como o Dia do Evangélico, na sexta-feira?
Fátima Pelaes – Trabalhando... (risos) Mas eu queria também aproveitar para parabenizar todos os evangélicos pela passagem deste dia, que é muito importante, pois a gente sabe que a comunidade evangélica faz um trabalho muito forte de valorização da vida. Faz um trabalho espiritual, mas também social, pois a partir do momento que você faz um trabalho buscando a paz você está diminuindo os conflitos também.
Fátima Pelaes – Trabalhando... (risos) Mas eu queria também aproveitar para parabenizar todos os evangélicos pela passagem deste dia, que é muito importante, pois a gente sabe que a comunidade evangélica faz um trabalho muito forte de valorização da vida. Faz um trabalho espiritual, mas também social, pois a partir do momento que você faz um trabalho buscando a paz você está diminuindo os conflitos também.
Diário – Então não deu para comemorar a data?
Fátima – Ontem eu procurei comemorar com trabalho também, não deu tempo para ir às festas programadas. Mas eu participo de um grupo de oração composto só por mulheres que às sextas-feiras se reúne para orar louvar ao senhor, então ontem [sexta] eu pude participar também louvando a agradecendo ao senhor pelas vitórias, né? Na verdade tem que ser nas alegrias, nas dificuldades, nas tristezas, porque ele fala: - Olha, aquela ali mesmo nas dificuldades está agradecendo a mim, louvando, então eu vou ajudar! [risos]
Diário – Ainda nesse campo da espiritualidade deputada, deu muito que falar recentemente a ação de um procurador da República que quer a retirada da inscrição “Deus seja louvado” das cédulas de real do Brasil. Como a senhor observou esse movimento?
Fátima – Olha, vi com muita tristeza, porque nós temos tantos problemas para nos preocupar no Brasil e essa pessoa que levantou essa polêmica foi muito infeliz, pois nós devemos é louvar a Deus, pela vida, por estarmos aqui. Mas acho que é interessante o debate para que ele possa perceber que o Brasil é um país laico, mas que tem uma grande maioria Cristã, que crê em Deus, então pelo que eu entendo de democracia o que vence é a maioria. Se ele quiser vamos fazer aí um plebiscito para ver se a gente pode tirar [a inscrição das notas].
Diário – A senhora esteve na audiência pública na Assembleia Legislativa que tratou do trabalho dos garimpeiros. O que achou de toda aquela mobilização?
Fátima – Foi uma audiência pública muito forte, cujo tema foi tratado com muita responsabilidade pelo deputado Bala, que é o relator desse tratado entre Brasil e França. Então ele traz o debate para quem vai estar envolvido diretamente, no caso aqui o Amapá através dos garimpeiros, e chegam a dizer que a garimpagem era a atividade mais fácil que poderiam exercer, que na verdade a gente sabe é dificílima. Você ser garimpeiro significa sair pelo mundo, deixar sua família, ficar semanas e semanas ali cavando, batendo, enfim, muito difícil. Acho que agora o deputado Bala já tem muito material, muita informação para que ele venha a ter sua convicção formada para dar o seu parecer.
Diário – O debate também destacou a falta de apoio para a fronteira.
Fátima – O Brasil tem que voltar os seus olhos para o município de Oiapoque porque ali é uma fronteira que vai dar uma referência nacional, pois vai estar ligando o Brasil ao território francês, através da Guiana Francesa. Não é o Amapá somente, é o nosso país com um território europeu e isso é muito importante.
Diário – Foi uma aidiência forte também pelas revelações não é mesmo?
Fátima – Sim, a gente ficou sabendo até que lá na Guiana Francesa existe policiais que ganham uma coisa chamada “prima”, uma espécie de gratificação sobre a quantidade de imigrantes ilegais que eles apresentem às autoridades.
Diário – Uma espécie de incentivo?
Fátima – Isso mesmo, isso foi uma coisa apresentada na audiência, que eu nem sabia. Foi o desembargador Gilberto [Pinheiro] quem revelou isso, como um profundo conhecedor, um homem respeitado das leis. Para você ver que absurdo hoje ainda o que fazem com nossa gente. Espero que a ponte mude tudo isso, pois o nome já diz tudo, é para passar, para unir as pessoas, ligar e não para afastar.
Diário – Há um desrespeito muito grande então, não é?
Fátima – Eu tive oportunidade, há cerca de sete anos, de ver o resultado de uma operação por lá, acho que era a Anaconda, nas áreas de garimpo, quando a gente viu que os garimpeiros na verdade são explorados, porque eles não são donos dos garimpos na Guiana. Os donos dos garimpos são franceses, eles são trabalhadores que ficam ali. É garimpo ilegal, está em área proibida, mas é do francês. O brasileiro é a mão de obra mesmo, nas piores condições possíveis, algo chocante.
Diário – O presidente Sarkozy sempre manteve essa linha dura, dizia que a lei penal francesa iria ser cumprida em relação aos brasileiros clandestinos. E agora, com o novo presidente, o que a senhora acha que vai acontecer?
Fátima – Bem, ele [Holand] é um socialista e estamos vivendo um novo momento na França, não é mais o Sarkozy, então meu pensamento é que precisamos refazer o caminho, pois quando esse acordo chegou na Câmara [dos Deputados] não era ainda o atual presidente francês, então por que não retomarmos essa negociação desde o início?
Diário – A senhora vem da área social, então como está vendo a postura da presidente Dilma nesse campo, com o Brasil Carinhoso?
Fátima – Eu também fui candidata a governadora em 2002, uma oportunidade em que eu tive para me aprofundar nos estudos dos problemas do Estado, ampliando a forma de pensar o combate à pobreza, trabalhamos os projetos pontuais, esses que estão focados exatamente nas pessoas mais carentes, como esses beneficiados pelo programa Brasil Carinhoso, então quando a Dilma faz esses programas ela quer dizer que nós estamos cuidando de gente, precisamos sempre estar pensando nas pessoas. Nós sempre estamos trabalhando nessa área social, inclusive agora colocando emendas para o Conselho Tutelar, uma área muito séria, assim como nas áreas de assentamento, que até então, antes do governo Dilma viviam numa condição de extrema pobreza e hoje você chega lá no Maracá, no Cajari e vê as pessoas morando numa casa digna. Então vemos o social dentro de uma transversalidade, com outras áreas, emprego, renda, empreendedorismo.
Diário – E mais recentemente moradia.
Fátima – Foi um trabalho feito também com o juiz federal, o doutor João Bosco, assim com o apoio intenso do presidente Sarney, trazendo para cá na semana passada uma oficina na Justiça Federal, promovida pelo Ministério das Cidades para trabalhar especificamente com as pessoas que moram nas baixadas. Existem programas hoje para quem mora nas baixadas, que garante o mínimo de dignidade, então a gente vai trabalhar para que esses recursos também cheguem aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário