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sábado, 25 de abril de 2015

Comando Militar do Norte desencadeia Operação Cabo Orange em Oiapoque

O Comando Militar do Norte, sediado em Belém-PA, comandado pelo General de Exército Oswaldo de Jesus Ferreira, desencadeou a Operação Cabo Orange, que objetiva coibir os ilícitos ambientais e transfronteiriços, utilizando, para isso, de patrulhamentos fluvial e terrestre nas principais localidades, instalação de Postos de Controle e Interdição Fluvial e Postos de Controle e Bloqueio de Estradas, efetuando revistas de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves que serão realizados por tropas do Exército Brasileiro, apoiados pelos Órgãos de Segurança Pública, em ambiente interagências. A área de atuação das tropas brasileiras ocorrerá ao longo de toda a faixa de fronteira do Estado do Amapá.

Paralelamente às ações preventivas e repressivas, a Força Terrestre desenvolverá ações cívico-sociais (ACISO) para a população local, por meio de atendimentos médicos e odontológicos, apresentação da Banda de Música do 34º BIS, oficinas de leituras e apoio religioso de capelão militar, oriundo de Belém-PA.

O Exército Brasileiro empregará durante a operação, militares do Comando da Fronteira Amapá/34º Batalhão de Infantaria de Selva (Macapá/AP), do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (Belém/PA), do 24º Batalhão de Infantaria Leve (São Luis/MA), da 23ª Brigada de Infantaria de Selva (Marabá/PA) e do 4º Batalhão de Aviação do Exército (Manaus/AM). Com isso, mais de quinhentos homens do Exército Brasileiro estarão sendo deslocados e empregados na região da faixa de fronteira compreendida entre os distritos de Clevelândia do Norte, Vila Brasil, Vila Vitória e Ponta dos Índios, ao longo da calha do rio Oiapoque.

Além do efetivo militar, serão utilizados 3 helicópteros (HM-1 Pantera, HM-2 UH-60 Black Hawk e HM-3 Eurocopter Cougar) do 4ª Batalhão de Aviação do Exército (Manaus/AM); 20 viaturas e cerca de 30 embarcações do Comando da Fronteira Amapá/34º Batalhão de Infantaria de Selva.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Deputado Vinícius Gurgel comemora articulação vitoriosa da MP 660

Um dos principais articuladores da tramitação até à aprovação da Medida Provisória 660, que beneficia servidores civis e militares dos ex territórios de Rondônia, Roraima e Amapá, deputado federal Vinícius Gurgel (PR-AP) se emocionou ao comemorar a vitória de uma articulação que levou à aprovação no plenário da Câmara Federal, a MP 660.

O deputado amapaense cumpriu uma agenda corrida, horas antes da sessão. O alcance social da MP 660 foi detalhadamente explicado ao presidente da Casa, Eduardo Cunha, aos líderes dos partidos, à maioria, minoria e à liderança do governo em reuniões com a presença do governador do Amapá, Waldez Goés (PDT), de sindicalistas e demais representantes das categorias dos ex-territórios.

Momentos antes da aprovação, o republicano usou a Tribuna, e fez um apelo às bancadas dos demais estados, em pronunciamento. “Esta casa precisa corrigir uma injustiça histórica com esses servidores. São 12 anos de espera. Peço que nos ajudem a reconhecer esse direito”, disse o deputado.

Segundo ele, “a aprovação da MP também simboliza a diminuição da desigualdade social na Amazônia e, em especial, no Amapá. Pois, segundo o parlamentar, a União está prestes a pagar uma dívida pessoal com estes trabalhadores.

Com a aprovação de novas mudanças na MP 660, o texto foi modificado pelo senado e voltou para reexame na Câmara dos Deputados, onde foi aprovado. Diante disso, ficam assegurados aos policiais militares e bombeiros militares dos ex territórios os mesmos vencimentos aos profissionais do Distrito Federal.

"Gostaria de parabenizar o Congresso Nacional, em especial ao Partido da República, que apoiou a MP 660 reintegrando ao quadro da União, os antigos funcionários dos ex-território, de Rondônia, Roraima e principalmente do Amapá, incluindo bombeiros e policiais militares. Parabéns ao funcionalismo público", declarou o parlamentar.

Artigo do ex-presidente do Brasil José Sarney (PMDB-AP)


A hora dos mágicos
Oscar Wilde tem um poema -"Balada do Cárcere do Reading"- com uns versos que queimam: "Todos os homens matam aquilo que amam. Os valentes com a espada, os covardes com um beijo".

O cotidiano dos tempos atuais tem o prazer de destruir ilusões. Há um gosto meio endemoniado de acabar com elas. Papai Noel é vítima constante desses ataques. É claro que ele existe, as crianças precisam acreditar nele, é necessário que sua lenda continue, com seu trenó, longas barbas brancas e neve. Em dezembro fiquei revoltado ao ler num jornal a dúvida de que "se Papai Noel existe, é um velho muito safado que vive a enganar as crianças". Coitado, logo ele?!

E a "cegonha"? Ela que vinha trazendo no bico, enrolados em um pano branco de linho, os bebês. Como era pura essa ave. Os meninos e as meninas de hoje, com aula de educação sexual desde os 2 anos, mataram a cegonha.

Como tenho saudades das assombrações da minha infância em Pinheiro: a manguda, o cabeça-de-cuia, a curacanga. Elas faziam e fazem parte de minha vida.

O rei Momo não morreu porque existe. O gosto atual é matar ilusões e sonhos. O rei do Carnaval é um tributo, peculiar do Brasil, à realeza. Somos um país monárquico que gosta de reis e rainhas. É rainha do rádio, rainha das baterias, rei Pelé, rei Roberto Carlos, rainha da beleza, rainha da soja, da laranja e da maçã.

A fobia da moda é contra os mágicos. Desvendar os seus truques, como se não bastassem naves, sondas e Hubbles desnudando o mistério da Lua, das estrelas, das galáxias?

Como é excitante um coelho sair da cartola de um homem de casaca, num tablado de um circo de cavalinhos e trapézios! O mágico é uma figura tão definitiva que o fraque só sobreviveu graças a ele. Contou-me Otto Lara que quando Juscelino visitou Paris levava na comitiva o Autran Dourado, que tinha de ir a uma solenidade a rigor, mas não tinha traje. Foram ao Mercado das Pulgas comprar um. Quando disseram ao vendedor "queremos um fraque", ele perguntou: "O senhor é mágico?". Os fraques desapareceram, os mágicos não.

Não é que surgiu até campanha para explicar que a mulher que os mágicos cortam ao meio, que levita no palco, fica presa e se solta não é verdade, é apenas fruto de uma armação que é feita para enganar o público? Isso não se faz. A mágica existe, ela é uma das coisas que ainda permitem que se comprem ilusões, a que têm acesso os ricos e os pobres.
Foi com satisfação que li a revelação de que o responsável pela tentativa de desmoralização da mágica era um mágico fracassado que estava inventando essas explicações para fingir que sabe de mágica e não sabe. Não ocorre o que ele diz. O ilusionismo existe e só os mágicos sabem o mistério de tirar pombos da cartola e lenços da mão.
Não podemos matar o que amamos, nem com espada nem com beijo.

Resta-nos a ilusão da economia, quando tentamos acabar com tudo que nos ilude. Esta ainda nos oferece coelhos, fitas, fitinhas e lenços coloridos escondidos, dentro de uma cartola do FMI.

Quero de novo repetir como é atual o que li num muro da Cidade do México, na crise cambial mexicana: "Nada de fatos, queremos promessas".

“Pela ausência do estado aqui a Jari Celulose passa a ser a empresa mais importante”.

Jorge Henriques. O dirigente da Jari Celulose acredita em novos tempos para a região com a volta das operações. 
Um dos mais emblemáticos projetos industriais que a Amazônia ja viu, o projeto Jari, concebido pelo bilionário americano Daniel Ludwig, ganha novo fôlego com a retomada do processo industrial, dois anos e três meses depois de haver anunciado a paralisação da fábrica. A indústria já passou também pelas mãos de um grupo de empresários brasileiros, liderados por Augusto Antunes, até ser assumido, nos anos 2000, pelo Grupo Orsa, que tem à frente dois investidores, Jorge Henriques e Sérgio Amoroso. Esta semana, Henriques recebeu o Diário do Amapá em Monte Dourado (PA), após uma visita de parlamentares amapaenses à região, que tenta se recuperar do abalo provocado pela paralisação. Ele diz que a empresa faz sua parte, mas que a região se ressente de maior presença do poder público.

Cleber Barbosa
Da Redação


Diário do Amapá – Podemos dizer que esse primeiro embarque de um navio cargueiro, há 15 dias, marca oficialmente a retomada do projeto Jari após a longa paralisação de mais de dois anos?
Jorge Henriques
– Com certeza. A Jari Celulose, a coisa de duas semanas, quando o navio chegou e saiu, já fez o primeiro embarque então nós retomamos sim o projeto Jari. A criança nasceu podemos dizer... [risos]

Diário – E com relação a mão de obra empregada nesse projeto, pois desde o anúncio da paralisação da fábrica, em 2013, gerou desemprego e até recessão econômica na região como um todo, especialmente do lado amapaense do rio Jari?
Jorge
– Teve essa paralisação longa sim, foi necessária para readequarmos a linha de produção, mas posso dizer que hoje temos até mais funcionários do que nós tínhamos quando a fábrica estava funcionando, antes da paralisação.

Diário – Quantos empregos estão sendo gerados em todo o complexo industrial atualmente presidente?
Jorge
– São 3,5 mil funcionários, sendo que 800 diretamente ligados à produção de celulose e outros 2,7 mil de empresas terceirizadas em outras etapas do processo industrial.

Diário – Existem muitas reclamações e denúncias de atrasos de pagamento de pessoal, especialmente de empresas terceirizadas, como a empresa está agindo para resolver essa situação?
Jorge
– Olha, a Jari, apesar de nós termos ficado todo esse tempo parados, para fazer a transformação, nós temos entrado em contato com os donos das empreiteiras, estamos fazendo o repasse [financeiro], então o que a gente precisa saber exatamente é como e de que forma esse dinheiro está chegando nas mãos dos funcionários.

Diário – A gente tem notícia de que um dos entraves históricos para que a celulose produzida pela Jari conseguisse colocação no mercado de trabalho era a energia, que aumentava muito o custo de produção. E agora, que o Linhão do Tucuruí já passa por aqui já houve a interligação?
Jorge
– Não, infelizmente a Jari ainda não tem acesso à energia que está passando pelo Linhão porque nós temos que fazer uma estação de rebaixamento [de energia] para poder captar a energia que vem do Tucuruí. Estão sendo feitas várias tratativas com a estatal de energia do Pará, a Celpa, para a gente tentar ver se agiliza o mais rápido possível a construção dessa subestação de rebaixamento de energia para que a gente possa realmente ter acesso a uma energia limpa, mais barata, pois o que realmente a Jari sonha é ter essa energia chegando aqui.

Diário – Qual é a capacidade de produção de celulose da Jari até o momento? Há projetos para expansão e qual o prazo previsto?
Jorge
– A Jari hoje tem condição de produzir 250 mil toneladas/ano de polpa solúvel [de celulose] e ela já está se preparando para chegar a 300 mil toneladas/ano.

Diário – Mas essa nova tecnologia, da celulose solúvel, já está implantada? Está sendo produzida?
Jorge
– Na verdade a gente está esperando primeiro a fábrica estabilizar, porque é uma fábrica nova, modernizada, então precisamos estabilizar os processos para entrar realmente na produção da celulose solúvel.

Diário – Isso significa exatamente o que presidente, em termos de valores, em reais ou dólares?
Jorge
– A celulose hoje em valores de mercado está por volta de U$ 750 dólares [a tonelada] e a polpa solúvel está por volta de U$ 800 dólares talvez um pouco mais. Então assim que for possível a gente inicia o processo de polpa solúvel.

Diário – Durante a paralisação da fábrica a empresa responsável pela execução dos serviços, a Jaraguá, acabou dragada pelo escândalo da Petrobrás, isso foi decisivo para o atraso na retomada do projeto Jari?
Jorge
– É, infelizmente. A nossa programação era fazer a reforma em um ano, mas ela acabou passando de dois anos. Infelizmente a montadora que estava fazendo estava envolvida com uma porção de problemas, Petrobrás e tudo mais, aí acabou ficando no meio do caminho o que realmente penalizou bastante o nosso processo, com atrasos, custos e tudo mais, infelizmente.

Diário – E com isso causando mais impactos socioeconômicos em toda essa região do chamado Vale do Jari?
Jorge
– É, mais ou menos isso, mais ou menos isso.

Diário – Por ser a Jari, sem dúvida, a empresa mais importante para toda essa região, não é?
Jorge
– Olha, eu acho que justamente pela ausência do estado [brasileiro] a Jari passa a ser cada vez mais importante. A gente tem pedido, enfim, socorro né? Para as autarquias, para o estado, e quando digo estado são todos os entes públicos, estado, município e federação, enfim. Mas pouca coisa chega aqui, infelizmente.

Diário – O senhor disse que o novo processo industrial da fábrica, que motivou inclusive a paralisação do processo para mudar a linha de produção, ainda está por ser implantado, então o que está sendo produzido atualmente?
Jorge
– Quando a gente fala de polpa solúvel é porque ela vai ser solubilizada depois, mas ela sai em forma de como se fosse papel mesmo, celulose normal. A diferença é que antes era empregada apenas na indústria de papel, fazíamos embalagens. Com a celulose solúvel podemos expandir o produto final, seja para a indústria têxtil, seja para a produção de alimentos.

Perfil...

Entrevistado. O engenheiro civil e industrial Jorge Francisco Henriques é uma espécie de diretor-geral, daí a sigla CEO em todos os protocolos de apresentação oficial. Mais que isso, é também acionista do Grupo Orsa, controlador da Jari Celulose. Ele integra a organização desde 2001, inicialmente como gestor das unidades de Paulínia e Nova Campina, ambas no estado de São Paulo, nas áreas de Planejamento de Estratégias para Novos Mercados e Planejamento e Controle do Setor Produtivo. Suas atividades anteriores incluem a atuação durante 15 anos na Rodhia S/A, na área de assessoria técnica de investimentos. É o braço direito do presidente da empresa – Sérgio Amoroso – e seu único sócio em todo o empreendimento.

“Não podemos transformar o Conselho de Ética da Câmara em Tribunal de Inquisição”

Apesar de ainda ser um jovem político, o deputado amapaense Vinícius Gurgel (PR-AP) chega ao segundo mandato consecutivo no Congresso Nacional tendo a dura missão de integrar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, um colegiado que terá a tarefa de julgar parlamentares que saírem da linha. Com o desenrolar da Operação Lava Jato, há nomes de atuais e ex parlamentares envolvidos no maior escândalo de corrupção da história recente do país. Falando como um veterano, Vinícius reage com serenidade a questionamentos sobre esse papel que terá que desempenhar. Na entrevista concedida ao jornalista Cleber Barbosa, para o programa Conexão Brasília, ele também faz um balanço de sua atuação parlamentar e projeta ações futuras, especialmente para a área da saúde e da infra-estrutura do estado.

CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO 


Diário do Amapá – O ano começou quente no Congresso Nacional, neste ano, heim, deputado?
Vinícius Gurgel
– É. Realmente este ano começou bastante conturbado, mas graças a Deus nosso presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, tem colocado um ritmo frenético e começamos a ter sessões às quintas-feiras, com pautas importantes já tendo sido votadas, inclusive aquele que transforma em crime hediondo o assassinato de mulheres por questões de gênero. Também votamos o Estatuto do Deficiente Físico e outras pautas que poderiam ficar em segundo plano. Agora são votadas normalmente e quem não tem comparecido, leva falta.

Diário – Pra dar o exemplo, então?
Vinícius
– Sim, o que tem sido muito bom para o nosso parlamento para resgatar a imagem realmente positiva do Congresso Nacional.

Diário – Por falar no presidente Eduardo Cunha, ele esteve durante a campanha em Macapá para não só pedir o voto dos congressistas, mas também conhecer de perto a realidade dos estados, e que contou não só com o seu apoio, mas com a esmagadora maioria da bancada. Qual sua expectativa agora em tê-lo com aliado?
Vinícius
– Sim, ele veio a Macapá a nosso convite e assumiu muitos compromissos conosco. Depois disso já recebeu o governador Waldez em Brasília, quando tratou de diversos assuntos, entre eles a doação de um prédio onde funcionou a Polícia Federal em Macapá para que ali se faça um batalhão da Polícia Militar, que hoje se encontra na avenida FAB, num prédio alugado. O presidente então telefonou para o ministro da justiça e logo depois nos recebeu e esperamos em breve poder resolver mais esse problema, anunciando essa conquista que vai reforçar a segurança da nossa população.

Diário – Durante essa ida do governador e que contou com o apoio da bancada foi tratada a liberação de recursos federais para a saúde do estado, que está em situação de emergência. Vai rolar essa ajuda?
Vinícius
– Sim. Estamos com essa expectativa, pois foram várias reuniões no Ministério da Saúde, e a bancada se comprometeu em peso. Aliás, é preciso parabenizar os novos parlamentares que tiveram a oportunidade de apresentar emendas neste ano e todos destinaram recursos para a saúde, para que a gente possa promover melhorias em toda a rede, além de dotar o estado de uma melhor unidade para o tratamento do câncer.

Diário – E o senhor agora passa a ter postura de veterano, por assim dizer?
Vinícius
– Pois é. Estamos em nosso quinto ano de mandato no Congresso Nacional, trabalhando muito, e já começamos a colher os frutos dessa atuação, especialmente ao ver obras e serviços públicos sendo viabilizados a partir da nossa atuação parlamentar.

Diário – Que tipo de obras, deputado?
Vinícius
– Agora mesmo estivemos visitando a obra de uma creche na zona norte de Macapá, no bairro Renascer, assim como a duplicação do trecho urbano da BR 210, beneficiando mais de dez bairros ou o equivalente a cem mil pessoas, obra essa que está sendo executada pelo Dnit no Amapá. Nós também conseguimos fazer um convênio com o estado para o lançamento dos primeiros 60 quilômetros do trecho sul da BR 156 que liga Macapá a Laranjal do Jari. Olha, são obras em várias partes, como uma passarela de concreto na Vila Progresso, no Bailique, reformas de postos de saúde de Macapá e a construção de centro comunitário do Maruanum, pavimentação de vias em Tartarugalzinho, Mazagão, Pracuuba e Cutias do Araguari, bem como quadras poliesportivas em comunidades do interior onde é difícil de ser construídas, como no Assentamento do Cedro, outra em Porto Grande.

Diário – Dá pra dizer que com a consolidação dessas obras, a partir de indicações parlamentares, é o que mais se aproxima em ser Executivo?
Vinícius
– Olha, dá uma satisfação e uma alegria muito grande para um parlamentar ver fluir todo esse trabalho de alocação de recursos federais por meio de emendas ao Orçamento da União.

Diário – O senhor acabou sendo indicado para compor o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e agora com esse escândalo do Petrolão poderá ter a dura tarefa de julgar seus pares. Como administrar mais essa experiência?
Vinícius
– Também tive a grata satisfação de ser indicado pelo partido para vice líder do PR na Câmara dos Deputados, e também para membro titular do Conselho de Ética. Primeiro dizer que não dá para transformar o Conselho em um tribunal de inquisição. É preciso avaliar caso a caso com tranquilidade, ver as provas objetivas, contundentes, mesmo. Quero fazer um trabalho cada vez melhor, pois assumi o primeiro mandato com muita humildade, aprendi muita coisa, pois cheguei lá e vi que tudo era diferente, tive muito trabalho para conhecer toda a engrenagem, especialmente nos dois primeiros anos, até porque não tinha o Orçamento Impositivo. Portanto, era uma briga por emendas. Agora a situação está um pouco melhor, daí aproveitarmos para conseguir ajudar especialmente os interiores.

Diário – O senhor percorre essas comunidades do interior do estado?
Vinícius
– Sim, sempre. Prova disso é que fui o deputado mais votado no interior. Quero agora reforçar essa atuação para retribuir a confiança depositada, mas também atuar bastante em prol de Macapá e Santana, pois com mais experiência e com a ajuda agora da deputada Luciana Gurgel, representando e me ajudando, vou poder ter uma atuação mais eficiente também para as duas maiores cidades do estado.

Diário – O senhor falou das emendas novas, mas a gente sabe que existe um trabalho muito forte de bastidores no sentido de garantir a liberação das emendas ainda do ano passado. Isso avançou?
Vinícius
– Com certeza. Temos trabalhado muito para liberar esses recursos que muita gente não entende. Você aloca o recurso num ano e quando abre o orçamento você tem a possibilidade de empenhá-los e depois tem um ano para aprovar o projeto. Por isso eu digo que uma emenda é mais que um filho para ser gerado, pois para ela se tornar realidade e começar a obra ela leva um ano e meio. E o trabalho não pára. Para o ano que vem eu já conversei com o governador do desejo de colocar um recurso para construção de um hospital metropolitano no município de Porto Grande, para atender os municípios dos arredores, como Tartarugalzinho, Ferreira Gomes, Pracuuba, Amapá, Pedra Branca e Serra do Navio. Assim, o Hospital de Emergência será desafoguado. É o HE que hoje faz atendimento de pronto socorro para todos eles.

Diário – Um tema sempre recorrente é com relação ao processo de reversão dos servidores do antigo território para os quadros da União. Qual sua expectativa em relação a isso?
Vinícius
– Olha, a PEC 111 se tornou realidade graças a um trabalho bastante árduo da nossa bancada, onde cada um era de um partido, daí articulamos em nossas legendas até conseguir a aprovação, que virou a Emenda Constitucional 79 e que está sendo regulamentada, tendo à frente o nosso coordenador, o deputado Marcos Reátegui, até chegar ao estágio do servidor poder fazer a opção entre permanecer no município ou passar para a União.

Perfil...

Entrevistado. O amapaense Vinícius de Azevedo Gurgel, filho de Hildebrando Carneiro Gurgel Junior e Telma Lúcia de Azevedo Gurgel, é casado, pai de dois filhos, é empresário e formado em Ciência Contábeis, pelo Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap) , no período 1996-2000. Está em seu segundo mandato parlamentar, mas já na estreia obteve a façanha de ser o mais votado deputado federal do Amapá, com 21.479 votos, sendo que fora eleito pelo PRTB. Atualmente se encontra no PR. É membro titular da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, suplente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle além de membro titular do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

“É inadmissível termos no Amapá a mais antiga rodovia federal em construção no país”

Júnior Favacho. Apesar de jovem, o parlamentar fala com a desenvoltura de um veterano em seu segundo mandato.
Filho de tradicional família política local, o deputado Júnior Favacho (PMDB) chega ao segundo mandato demonstrando ter luz própria e personalidade. Logo na estreia, na Legislatura passada, teve que assumir as rédeas da Assembleia Legislativa, pois era o vice presidente, numa crise que ainda hoje não foi devidamente esclarecida. Mas não se fez de rogado, ao contrário, tocou a gestão interinamente e conseguiu avanços importantes. Esta semana ele recebeu o Diário do Amapá em sua casa, para avaliar a atual conjuntura e como observa a chegada de novos parlamentares ao Parlamento Estadual, onde ele agora já figura como um dos veteranos, por assim dizer. Ele fala das dificuldades do novo governo e sobre como o estado deveria trilhar o caminho rumo ao desenvolvimento a tanto esperado. E merecido. 

Da redação
Diário do Amapá

Diário do Amapá – A Assembleia Legislativa está mais acelerada deputado? É o que estão dizendo.
Júnior Favacho – Olha, vivemos um bom momento sim, especialmente com a chegada de novos parlamentares, que estão demonstrando muita disposição para encarar os desafios do mandato o que é muito salutar, normal. É como quando a gente era estudante e não via a hora de começar o ano letivo, conhecer a sala de aula, os colegas, os professores.

Diário – Tem um pouco de empolgação?
Favacho – Não diria isso. No meu entendimento é natural que os nossos novos colegas estejam com essa disposição, isso é bom para o Parlamento e é ótimo para a sociedade. O que não significa dizer que os reeleitos também não tenham essa mesma disposição. Eu mesmo continuo percorrendo o estado de norte a sul e diante dos problemas que nos são apresentados pelas comunidades, pelas lideranças e até mesmo por autoridades constituídas a gente fica ansioso para ver aquilo logo resolvido. Isso é uma coisa boa da política, a possibilidade de ajudar as pessoas.

Diário – Mas o fato de haver uma renovação de quase 50% da composição da Assembleia demonstra que houve uma cobrança por parte da sociedade?
Favacho – Não foi bem de 50%, pois dos 24 deputados 13 foram reconduzidos e 11 são novos. Além disso, alguns parlamentares da legislatura anterior nem disputaram a reeleição, como Bruno Mineiro e Eider Pena. Mas concordo que seja uma renovação, uma oxigenação, o que é algo salutar em qualquer ambiente e muito normal na democracia. Mas também é preciso dizer que os parlamentares que deixaram a Casa deram uma grande contribuição ao Parlamento e possuem uma carreira consolidada. Da mesma forma, aqueles que foram reeleitos e continuam conosco mantém um excelente rendimento.

Diário – Mas os novatos chegam a influenciar os mais antigos, com esse ímpeto que estão apresentando?
Favacho – Esse ímpeto é salutar, faz parte. É que todos estão em busca de conquistar seus espaços, seja na própria Assembleia, seja nos diversos segmentos da sociedade. Os mais experientes, como já conhecem o fluxo das coisas, as estruturas, podem até nem aparecer tanto neste momento, pois realizam ações pontuais, eficazes, ou seja, que buscam otimizar os recursos disponíveis, humanos, financeiros ou técnicos, em prol de um resultado palpável. Mas longe de mim aqui tirar o mérito da atuação dos deputados e das deputadas que chegaram em fevereiro ao Parlamento, ao contrário, já demonstram grande capacidade e liderança pois muitos já eram vereadores e com certa rodagem na política.

Diário – E são muitas mulheres não é mesmo?
Favacho – Sim, outra feliz contribuição da Assembleia do Amapá, uma realidade que vem sendo construída aos poucos, a cada eleição para o Legislativo Estadual. E elas fazem a diferença mesmo, com sua sensibilidade, com o despojamento para o diálogo e uma enorme capacidade de fazer várias atividades ao mesmo tempo. Temos muito que aprender com elas...[risos]

Diário – O senhor parece um otimista. É assim que encara a vida?
Favacho – Olha, sou um Cristão acima de tudo, confio muito em Deus e aprendi a não ficar me lamentando, pois a vida é feita de muito trabalho, perseverança e fé. Acredito na força do trabalho, fui criado assim. Meus pais, que também passaram pela política, me ensinaram a perseguir a política de resultados, tanto na iniciativa privada, onde comecei profissionalmente, como na atividade partidária, onde milito atualmente. Isso tudo pra dizer que acredito muito no Amapá, um estado ainda jovem e que ainda está por encontrar o caminho para o seu desenvolvimento pleno. Temos muitas potencialidades, isso é inegável, mas isso por si só não basta é preciso um olhar mais arrojado que projete nosso estado para o futuro, com planejamento e decisão.

Diário – Isso talvez o tenha levado a lançar seu amigo e infância Bruno Mineiro a sair candidato a governador?
Favacho – Com certeza, a gente viu e ainda vê nele uma excelente alternativa. Aquela candidatura surgiu mesmo como uma opção para o eleitor e considero que foi uma grande estreia para o Bruno que tem todas as condições de retomar sua bela carreira política. Foi uma grande oportunidade para discutirmos novas possibilidades para o Amapá e mergulhamos de cabeça naquele projeto, que considero apenas pausado. 

Diário – Mas o senhor e seu grupo político abraçaram a candidatura do atual governador no segundo turno não foi?
Favacho – Sim, não poderíamos nos furtar de participar do processo, ficar em cima do muro não conta. O próprio governador quando recebeu nosso apoio disse que era o que faltava para aquela reta final da disputa. Fizemos a nossa parte, ajudamos a elegê-lo e agora damos nossa contribuição com a governabilidade fazendo parte do Legislativo, onde as políticas públicas ganham legitimidade.

Diário – E como está vendo esse começo de gestão?
Favacho – Ah, sabemos das dificuldades, especialmente de caixa, pois tem um enorme passivo que foi herdado, uma lamentável realidade que nem a Lei de Responsabilidade Fiscal conseguiu acabar, apesar de ser considerada uma legislação avançada e que se propõe a ser austera. Mas confesso estar preocupado sim, pois a população está ansiosa por respostas mais rápidas, afinal os problemas se avolumam, as chuvas têm data para começar e para terminar e não se pode mais ficar discutindo o sexo dos anjos, tem que arregaçar as mangas e trabalhar, nesse ponto confesso que sou pragmático. Se é para fazer, vamos fazer, sabe?

Diário – Entendo. E do ponto de vista da infraestrutura deputado, o que deveria ser priorizado pelo estado?
Favacho – Olha, nossa população está tão desassistida que ainda hoje não se tem a universalização do fornecimento de água tratada e nem esgoto, que hoje representa um traço na estatística. Mas acho que temos alguns quesitos que precisamos apostar, como o porto e as estradas. É inadmissível termos a mais antiga rodovia federal em construção no país. Estrada é sinônimo de desenvolvimento, de integração, portanto gostaria de ver esse estado cortado por estradas asfaltadas e até mesmo abrindo novas. Defendo a retomada do projeto da Perimetral Norte, que já deveria ter cruzado a fronteira do Amapá com o Pará, chegando à Venezuela e de lá acessando outros mercados, como o Caribe e o Platô das Guianas.

Diário – E como conseguir isso?
Favacho – Não vai ser fácil. O Amapá perdeu muito com a saída de Sarney da nossa bancada, que ficou ainda mais enfraquecida com o racha provocado pela disputa da coordenação e por querelas meramente partidárias. Sarney olhava pra frente, era um estadista. Aliás ainda é, pois está vivinho da silva e tem muito a nos ensinar e contribuir. Mas precisamos reagir, mobilizar todas as forças possíveis e me coloco à disposição, com a mesma disposição de quando entrei na Assembleia ao assumir meu primeiro mandato e que foi o tema inicial dessa entrevista, quando falamos nos novos parlamentares da Bancada Estadual. Vamos em frente!

Perfil...

Entrevistado. O amapaense Amiraldo da Silva Favacho Júnior, ou simplesmente Júnior Favacho, tem 35 anos de idade, é casado e pai de três filhos. É administrador de empresas e empresário. Filho de tradicional família de políticos locais, está em seu segundo mandato parlamentar, mas com um rendimento e articulação tão grandes que figura como uma das grandes lideranças da Assembleia Legislativa, onde atualmente já forma no time dos veteranos. Sua maior prova de fogo por ter assumido, mesmo que interinamente, por quase dois anos a gestão administrativa do Parlamento. Consequência natural daquele momento, encabeçou movimento por uma candidatura alternativa aos tradicionais grupos políticos, com o amigo Bruno Mineiro.

“Estamos estabelecendo diálogos para dar ao turismo a visibilidade que ele merece”

A pasta do Turismo tem uma jovem secretária com a chegada da advogada Syntia Lamarão ao posto, depois de trilhar um caminho de trabalho eminentemente técnico pelos diversos órgãos públicos que já atuou. Ela imprime um trabalho de austeridade, especialmente com a otimização dos recursos disponíveis na Setur, que sofreu cortes significativos do ano passado para o exercício financeiro de 2015. Ela diz usar de criatividade e parcerias para conseguir dar conta dos inúmeros desafios à frente da Secretaria. Ela esteve ontem no rádio, para uma entrevista ao programa Conexão Brasília, da Diário FM, ocasião em que falou acreditar na força e nas possibilidades econômicas que o turismo pode proporcionar aos empreendedores e também aos trabalhadores do setor. Os principais trechos a seguir.

Cleber Barbosa
Da Redação


Diário do Amapá – Na sexta-feira houve uma grande programação para a celebração do fenômeno natural do Equinócio, marcando, por assim dizer, sua estreia em programações da sua pasta. Correu tudo bem?
Syntia Lamarão
– Sim, graças a Deus, foi um evento tranquilo, um evento muito bonito. Foi uma programação extensa organizada pela Secretaria de Turismo numa realização do Governo do Estado. Tivemos uma programação cultural que iniciou com a Banda de Música do Corpo de Bombeiros, seguida pela Orquestra Sinfônica Equinócio das Águas. O ponto alto foi às 19h45 quando ocorreu o fenômeno, com muitos fogos de artifício, skypaper, rapel do Corpo de Bombeiros, o Grupo de Marabaixo Raízes da Favela, grupo de capoeira, malabaristas de rua, Grupo de Dança Step Dance, além de um palco com atrações artísticas como Clay Luna, Ramon Frazelly e Banda que encerrou nossa programação.


Diário – Aliás, assim como no Rio de Janeiro tem muito carioca que jamais foi ao Cristo Redentor, aqui em Macapá também tem muita gente que nunca foi ao Monumento do Marco Zero do Equador, tampouco sabe explicar exatamente o que é o fenômeno do Equinócio uma coisa que só o Amapá tem no Brasil. O que fazer para que os turistas sejam instados a vir conhecer tudo isso secretária?
Syntia
– O objetivo do Governo do Estado é exatamente promover o Equinócio como produto turístico amapaense, apresentando o Monumento do Marco Zero do Equador, que é aquele belíssimo espaço, localizado exatamente sobre a Linha do Equador, portanto somos a única capital cortada por essa linha imaginária e também com estrutura para visualização do fenômeno.

Diário – A senhora falou em promover esse potencial, já existe um plano de marketing para atrair turistas, pois a programação ainda parece ser muito local?
Syntia
– É, muita gente pensa que é só uma programação local, mas não é não. Ontem [sexta-feira], durante todo o dia tivemos visitas de grupos de turistas que vieram de Belém, vieram de do Maranhão e outros estados para prestigiar o evento. Nós tivemos esse cuidado e também a curiosidade de questiona-los como ficaram sabendo do evento e diziam que foi através de parentes e outras pessoas que já estiveram aqui e também através da Internet. Na verdade a grande maioria falou que foi através da Internet. Mas a Secretaria já está fazendo um planejamento para a dinamização desses pontos, algo que será discutido no Fórum Estadual do Turismo, que inclusive terá a primeira reunião é agora no dia 25, quarta-feira, quando teremos um técnico do Ministério do Turismo que estará falando do Programa de Regionalização, um programa para o desenvolvimento estratégico de desenvolvimento do turismo de todo o Brasil.

Diário – O saudoso físico Marcomede Rangel, que era do Observatório Nacional, passou seus últimos dez anos de vida se dedicando a divulgar esse fenômeno do Equinócio. Era um entusiasta mesmo dessa grande atração turística que o Amapá possui, daí defender a adoção de campanhas de promoção e marketing, como a senhora diz já estar providenciando não é mesmo?
Syntia
– Olha, a Secretaria de Turismo existe desde 2004 e infelizmente não foi elaborado pelo Estado um plano estadual de turismo, um inventário ou um plano de marketing então essa passou a ser a nossa meta. De responsabilidade da Setur temos apenas o Trapiche Eliezer Levy, o Monumento Marco Zero do Equador e o Complexo do Curiaú, então os demais são de responsabilidade de outras secretarias. Mas já estamos estabelecendo um diálogo sobre de que forma nós vamos melhorar e de que forma vamos divulgar, promover esses espaços, esses produtos turísticos, pois na verdade muitos já são produtos turísticos, podemos afirmar isso.

Diário – Nessa questão dos pontos turísticos é importante que os guias possam falar a mesma língua, não é? Pois como a senhora está dizendo existem atrativos a cargo da Setur e outros como a Fortaleza de São José com a Secretaria de Cultura e o Museu Sacaca com o Instituto de Pesquisas, o Iepa. É por aí?
Syntia
– Sim, sim é exatamente isso.

Diário – Quem vai a feiras e congressos do segmento turístico diz que o Amapá ainda é pouco conhecido como destino turístico e as pessoas estão exatamente por descobrir novos recantos, mas para que o estado possa apresentar esses produtos turísticos é preciso que estejam prontos para a comercialização, com informações, acessibilidade, prazos, datas isso deverá consumir muito do seu tempo e de sua equipe para consolidar tudo não é?
Syntia
– Esse é o desafio, daí nossa decisão de trabalhar com todos os atores que compõem o chamado Trade Turístico.

Diário – Mas neste domingo ainda tem gente celebrando o Equinócio das Águas, pois o Jeep Clube de Macapá realiza hoje a sexta edição da Trilha Berro, a senhora vai lá secretária?
Syntia
– Sim, estaremos presentes lá na programação da trilha, pois o Jeep Clube já faz parte da programação do Equinócio da Primavera, que acontece em setembro. Logo que se tornou entidade de utilidade pública este ano, foi convidado a fazer parte do Fórum [Estadual do Turismo], onde poderá dar imensas contribuições para essa construção, que é coletiva.

Diário – A gente tem informação que do ano passado para cá o orçamento da Secretaria de Turismo caiu da casa dos R$ 4 milhões para pouco mais de R$ 1 milhão. O que dá para fazer com uma triste realidade como essa secretária?
Syntia
– É verdade. Mas com criatividade dá para se fazer muita coisa, tem que ser assim. Já fizemos dois eventos que graças a Deus foram de sucesso, como a Central do Carnaval, com R$ 80 mil, um evento belíssimo, e agora o Equinócio das Águas, com R$ 58 mil, onde inclusive as pessoas poderão estar consultando através do Portal da Transparência. Foram eventos muito bonitos e muito mais baratos, pois anteriormente se gastava R$ 300 mil, R$ 500 mil do orçamento da Secretaria. Nós conseguimos fazer por muito menos a partir da edição de parcerias como com o próprio Governo do Estado, o Iepa, a Unifap, a Sejuv, a UEAP, Prodap, Secult, Sete, Caesa, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, CEA e outros parceiros que contribuíram conosco. É por isso que digo que com criatividade dá para fazer muita coisa sim, pois infelizmente o cenário econômico do estado e do país como um todo, de muita dificuldade.

Diário – Mas da Feira de Negócios e Lazer da Guiana Francesa a Setur deverá declinar do convite para participar?
Syntia
– Na verdade ainda não tem nada definido, estamos discutindo ainda.

Diário – Essas iniciativas que a senhora citou, de fazer parcerias, tem a ver com aquela palavra que está muito em moda agora, da transversalidade das instituições, não é?
Syntia
– Com certeza.

Diário – O Parlamento Estadual parou outro dia para as comemorações pelo Dia Estadual do Turismo, quando foi levantada a possibilidade de ser votado um projeto que prevê a extensão do chamado ICMS Turístico, que hoje beneficia o setor da gastronomia, para outras áreas da cadeia produtiva do turismo. Como a senhora recebeu essa novidade?
Syntia
– É, um projeto do deputado Jory [Oeiras] que ainda não temos um conhecimento mais profundo, pois ainda será discutido junto com sua equipe técnica, mas é uma belíssima iniciativa para o setor, sem dúvida alguma.

Diário – Obrigado pela entrevista e sucesso à frente da pasta do Turismo.
Syntia
– Eu que agradeço pela oportunidade e gostaria de acrescentar que é muito importante a interlocução com a nossa bancada federal, daí já termos iniciado um contato com os nossos congressistas que demonstraram uma sensibilidade com o setor. É muito bom saber que nossos deputados e deputadas dão essa importância para o turismo. Nós também estamos resgatando a comunicação com o Ministério do Turismo, levando o nome do nosso estado para ascender o nosso turismo que é tão rico.

Perfil...

Entrevistada. Syntia Machado dos Santos tem 28 anos de idade, é amapaense, casada e mãe de uma filha; é bacharel em Direito, formada pela Faculdade Estácio de Sá/Famap e pós graduanda em Gestão Pública; exerceu os cargos de chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Assistência Social, diretora Administrativa Financeira da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Semdec); Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho (Semast) e Secretaria Estadual do Desporto e Lazer (Sedel); assessora especial da Diretoria Geral do Ministério Público do Estado do Amapá (MPEA) e da Companhia Docas de Santana (CDSA), além de consultora política na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá.

“Costumo dizer que o PT é que nem a minha Igreja Católica, una, santa e pecadora”


A Justiça Eleitoral do Amapá tem um novo dirigente com a posse de Carlos Tork como presidente do TRE, em concorrida cerimônia que aconteceu na noite de sexta-feira, 13. Talvez por não ser um magistrado de carreira e sim advogado militante, tenha pontos de vista muito interessantes, até contundentes. Sua chegada à magistratura é algo recente, foi em abril do ano passado, pelo chamado Quinto Constitucional da OAB. Fiel a seu estilo, o desembargador recebeu o jornalista Cleber Barbosa para a primeira entrevista logo após ter sido empossado no cargo. Fez considerações sobre a atual conjuntura política do país e da necessidade do Brasil implementar reformas no processo político. Admite que o momento é delicado, mas se diz confiante de que tudo seja superado e que a nação avance.


Cleber Barbosa
Da Redação


Diário do Amapá – Parece que foi ontem a sua posse no ano passado quando ingressou na magistratura pelo chamado Quinto Constitucional da OAB para compor o Tribunal de Justiça e agora já chega ao Tribunal Regional Eleitoral. Como está sendo administrar tamanhas novidades na carreira?
Carlos Tork
– Estou encarando com muito otimismo, pois a equipe de apoio é muito competente, os juízes membros também são muito bons, de excelente formação técnica e de muito diálogo, o que é muito importante num colegiado. E eu tenho uma grande parceira nessa jornada que é a desembargadora Stella, então temos tudo para ir bem. A ex gestão do TRE foi muito profícua, então eu recebo um tribunal perfeito para desenvolver o trabalho, daí acreditar que vai dar tudo certo, nosso processo de transição foi muito exitoso, tanto que no meu discurso já apresentei alguns trabalhos, pois algumas metas já estão em andamento, daí esse otimismo de fazer um bom trabalho em prol da Justiça Eleitoral, em prol dos eleitores e em prol dos políticos também, e importante dizer isso, pois os políticos são os nossos clientes preferenciais.


Diário – Por falar no seu discurso o senhor fez uma ressalva, dizendo da necessidade do país implementar uma reforma política. Isso foi um juízo de valor que vem de quando ainda estava do lado de lá do balcão, por assim dizer?
Tork
– Como é público e notório, eu quando advogava sempre atuava como cidadão, era muito ativo mesmo, participei de todos os processos eleitorais do estado, apoiando um ou outro candidato e das manifestações também. Lembro por exemplo em 1984 quando ainda era estudante de Direito mas fui eu que coordenei aqui a campanha pelas Diretas, o meu amigo Wagner Gomes era presidente da OAB e eu estava na coordenação pela volta das eleições para presidente do país. Sempre fui um cidadão muito ativo porque acho que o cidadão deve participar da vida política do seu estado, do seu município e escolher a cor partidária que lhe for mais conveniente. Eu acho que essa experiência como cidadão, e estamos num momento político um pouco delicado da nossa democracia, mas tenho certeza de que vamos superar. Então é toda essa experiência que diz que precisamos rever alguns pontos da estrutura do regime democrático.


Diário – Por falar nessa atuação, o senhor teve uma relação histórica com uma agremiação partidária que perdurou até poucos dias antes de tomar posse na magistratura não foi?
Tork
– Isso, eu fiquei 34 anos como filiado do PT, o Partido dos Trabalhadores. Entrei quando o partido foi fundado e saí um dia antes de tomar posse. Mas eu costumo dizer para todos que o PT é que nem a minha igreja católica, uma, santa e pecadora... [risos]


Diário – É com essa visão crítica que o senhor também lança um olhar sobre a atual conjuntura política e do governo comandado pelo PT?
Tork
– E da democracia brasileira. Algumas entidades estão puxando um projeto de lei de iniciativa popular, igual ao do Filha Limpa, para dar alguns nortes para a reforma política. Eu acho com cidadão que todos venhamos a participar dessa campanha. Se a gente conseguir que o projeto de lei vire uma lei será mais um avanço ainda como foi o projeto Ficha Limpa para a democracia brasileira. Nós temos que avançar, já demos passos fortes, a nossa democracia é muito jovem, mas já passamos por grandes crises e superamos. Acho que os momentos de crise são muito importantes para avançar.


Diário – E com relação às manifestações programadas para este domingo, que os defensores do atual governo estão chamando de terceiro turno das eleições do ano passado?
Tork
– Olhe, acho que tomos temos direito de nos manifestar sobre a nossa insatisfação, por isso é importante que não saiamos das regras institucionais. A nossa democracia é jovem, mas tem todas as estruturas presentes para superar a crise e eu espero que as pessoas se manifestem, claro, têm direito a se manifestar, mas que se manifestem com cordialidade, com respeito especialmente à coisa pública, e que não haja o que aconteceu naqueles eventos passados em que houve depredação com agressão, violência e tudo. Não é assim. Eu acho que o cidadão tem absoluto direito de se manifestar, é bom que se manifeste, é bom que haja essa manifestação de descontentamento, mas é preciso que ela seja feita dentro da ordem democrática.


Diário – Voltando para a Justiça Eleitoral presidente, muitos investimentos foram feitos para facilitar a vida do eleitor brasileiro, melhorar a relação com a urna, com a agilidade da divulgação dos resultados, o que é reconhecido internacionalmente, mas tem a questão do voto consciente então o senhor ao assumir a Corte Eleitoral vislumbra que tipo de campanha ou mensagem que procuraria transmitir ao eleitor?
Tork
– Eu acho que nós temos esse programa do Eleitor do Futuro que pra nós é muito significativo e vai nessa linha, já preparando as gerações futuras para o voto consciente, mais que isso, para a participação política responsável, por isso que nós fizemos questão de trazer as crianças hoje aqui na posse, foi um momento muito legal, um momento muito bom mesmo. A menina arrasou! Encontrei com ela lá na frente e perguntei “a senhora está nervosa?” e ela disse “eu não!” e eu: “Eu estou!” [mais risos] Mas ela foi muito bem mesmo, o que demonstra a importância do programa.


Diário – Esse trabalho então vai continuar em sua gestão?
Tork
– Sim, queremos avançar nessa gestão e principalmente nesse ano que não é ano eleitoral de poder contribuir para a formação e para a capacitação técnica das lideranças políticas e partidárias. Vocês não sabem, mas os dirigentes partidários têm que prestar contas todo ano do Fundo Partidário e eles têm encontrado dificuldade nisso. Os candidatos têm encontrado dificuldade em respeitar a legislação eleitoral e nós queremos avançar nisso, por isso que a gente montou um programa que a gente chama de Programa de Capacitação de Lideranças Políticas, que a gente já começa agora dias 16 e 17 de abril com a presença no seminário de ministros do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e que vai levar a cada zona eleitoral no interior do estado esse curso de capacitação de lideranças políticas. É muito importante que os políticos, os pretensos candidatos a vereador, os pretensos candidatos a prefeito, principalmente as mulheres, que participam muito pouco da vida pública, que possam também vir fazer esse curso.


Diário – Qual o mote dessa qualificação presidente?
Tork
– Esse curso é uma espécie de beabá do processo eleitoral. A gente está muito animado que com tudo isso a gente possa contribuir para uma melhor e mais justa aplicação da Justiça Eleitoral no Estado do Amapá.


Diário – Obrigado pela entrevista e um bom trabalho no TRE desembargador.
Tork
– Eu que agradeço e desejo tudo de bom a você e seus leitores.


Perfil...

Entrevistado. O desembargador Carlos Augusto Tork de Oliveira é amapaense, tem 52 anos. Durante 27 anos teve atuação marcante na advocacia nas searas criminal, cível e trabalhista. Exerceu, ainda, os cargos de presidente do Conselho Seccional da OAB-AP e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB. Casado há 25 anos, é pai de dois filhos, foi empossado desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá no dia 4 de Abril de 2014. Professor do Núcleo de Educação da UFPA (no Amapá) de 1988 a 1991; professor na Universidade Federal do Amapá (Unifap), na área de Direito do Trabalho (1997/1999). Assumiu na noite da última sexta-feira como presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

Coluna Argumentos, domingo, 19 de abril de 2015.

Hi-tech

Das três Forças Armadas, Marinha, Exército e Aeronáutica, é essa última que tem o menor efetivo no Amapá, aliás, diminuto. Mas em termos de equipamentos, de tecnologia, mesmo, a Força Aérea possui enorme potencial instalado por aqui.       

Índios

Um amigo voltou impressionado com o choque cultural após visitar uma aldeia no Amapá. É que as jovens índias quando vão casar passam uma semana com o cacique, pra só depois ser entregues aos noivos. Que m...     

Choque

Olha, sobre essa questão das diferenças culturais, tem coisa muito curiosa, até revoltante. Como enterrar ainda vivos os bebês que nascem com algum tipo de má formação ou deficiência física. É da cultura deles, dizem.  

Avarias 

“Sem cara”. É como são chamados os ônibus intermunicipais que fazem viagens para Oiapoque e Jari. É que o estado das estradas nesta época do ano faz com que os veículos percam pára-choques e carenagem.        

Haja bolso!
Nesta época do ano as mangas que caem das árvores provocam muitos sustos e prejuízos a motoristas. Numa rápida consulta vimos que o pára brisa mais barato é o do Fiat Uno, que custa R$ 220 um novo. O mais caro é do Citroëm C3, que tem teto panorâmico: custa R$ 2,5 mil pra trocar.            

Por onde

O ex governador Camilo está morando em uma casa alugada na rodovia JK, curiosamente no mesmo condomínio onde Waldez foi morar quando também deixou o cargo mais importante da política local. 

Drogas

Craques do futebol, vira e mexe, passam por sérios problemas extra campos. Garrincha era alcoólatra, Jozimar era viciado e estourou toda a grana após sua grande Copa de 1986 com o vício. Mais recentemente, foi o Jobson, do Botafogo, que agora aparentemente vai superando seu drama pessoal.         
Caju

E ainda surgem novas histórias dramáticas, do passado, como a do campeão da Copa do Mundo de 70 com a Seleção Brasileira, Paulo Cézar Caju. Ele revelou na última sexta-feira ter vendido a medalha que ganhou do torneio, além de uma miniatura do troféu Jules Rimet, para financiar a compra de cocaína.       

Paradoxo

Já que nos arriscamos a falar em problemas no futebol, tem muita gente se perguntando o porquê do nosso futebol amapaense ter caído tanto. O que mais se ouve falar é que era muito melhor nos tempos do futebol amador, quando revelávamos craques e ainda ganhávamos torneios regionais.